segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Documentário sobre a morte de Toninho do PT

Entrevista ao Estadão, com um dos diretores do documentário "Ecos", que é um dos destaques do 14º Festival de Documentários "É Tudo Verdade". Documentário aborda a trágica morte do ex-prefeito de Campinas/SP, crime que ainda está sem solução.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Escuta, Zé Ninguém!

Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado.

Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e sou eu que to digo. A verdade é que todo o médico, sapateiro, mecânico ou educador que queira trabalhar e ganhar o seu pão deve conhecer as suas limitações. Há algumas décadas, tu, Zé Ninguém, começaste a penetrar no governo da Terra. O futuro.da raça humana depende, à partir de agora, da maneira como pensas e ages. Porém, nem os teus mestres nem os teus senhores te dizem como realmente pensas e és, ninguém ousa dirigir-te a única critica que te podia tornar apto a ser inabalável senhor dos teus destinos. És “livre” apenas num sentido: livre da educação que te permitiria conduzires a tua vida como te aprouvesse, acima da autocrítica.

Nunca te ouvi queixar: “Vocês promovem-me a futuro senhor de mim próprio e do meu mundo, mas não me dizem como fazê-lo e não me apontam erros no que penso e faço”.

Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.

Mas eu entendo-te. Vezes sem conta te vi nu, psíquica e fisicamente nu, sem máscara, sem opção, sem voto, sem aquilo que fiz de ti “membro do povo”. Nu como um recém-nascido ou um general em cuecas. Ouvi então os teus prantos e lamúrias, ouvi-te os apelos e esperanças, os teus amores e desditas. Conheço-te e entendo-te. E vou dizer-te quem és, Zé Ninguém, porque acredito na grandeza do teu futuro, que sem dúvida te pertencerá. Por isso mesmo, antes de tudo o mais, olha para ti. Vê-te como realmente és. Ouve o que nenhum dos teus chefes ou representantes se atreve a dizer-te:

És o “homem médio”, o “homem comum”. Repara bem no significado destas palavras: “médio” e “comum”.

Não fujas. Tem ânimo e contempla-te. “Que direito tem este tipo de dizer-me o que quer que seja?” Leio esta pergunta nos teus olhos-amedrontados. Ouço-a na sua impertinência, Zé Ninguém. Tens medo de olhar para ti próprio, tens medo da crítica, tal como tens medo do poder que te prometem e que não saberias usar. Nem te atreves a pensar que poderias ser diferente: livre em vez de deprimido, direto em vez de cauteloso, amando às claras e não mais como um ladrão na noite. Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém, Dizes: “Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir da minha própria vida e ter o mundo por meu?” E tens razão: Quem és tu para reclamar direitos sobre a tua vida? Deixa-me dizer-te.

Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo o grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais, mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve, mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar.

Comecemos pelo Zé Ninguém que habita em mim: Durante vinte e cinco anos tomei a defesa, em palavras e por escrito, do direito do homem comum à felicidade neste mundo; acusei-te pois da incapacidade de agarrar o que te pertence, de preservar o que conquistaste nas sangrentas barricadas de Paris e Viena, na luta pela Independência americana ou na revolução russa. Paris foi dar a Pétain e Laval, Viena a Hitler, a tua Rússia a Stalin, e a tua América bem poderia conduzir a um regime KKK – Ku-Klux-Klan. Sabes melhor lutar pela tua liberdade que preservá-la para ti e para os outros. Isto eu sempre soube. O que não entendia, porém, era porque de cada vez que tentavas penosamente arrastar-te para fora de um lameiro acabavas por cair noutra ainda pior. Depois, pouco a pouco, às apalpadelas e olhando prudentemente em torno, entendi o que te escraviza: ÉS TU O TEU PRÓPRIO NEGREIRO. A verdade diz que mais ninguém senão tu é culpado da tua escravatura. Mais ninguém, sou eu que te digo!

Esta é nova, hein? Os teus libertadores garantem-te que os teus opressores se chamam Guilherme, Nicolau, papa Gregório XXVIII, Morgan, Krupp e Ford. E que os teus libertadores se chamam Mussolini, Napoleão, Hitler e Stalin.

Mas eu afirmo: Só tu podes libertar-te.

REICH, Wilhelm. Escuta, zé ninguém!; Martins Fontes, São Paulo: 1977.

Fonte: Cultura Brasil

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Kreator confirma datas no Brasil

O Kreator confirma em sua página oficial, três shows no Brasil, para o final de outubro junto com o Exodus. A turnê do trabalho mais recente dos caras, Hordes of Chaos, deve passar além do Brasil, por Buenos Aires na Argentina, Santiago no Chile e outras cidades sul-americanas, e também pelo México.

Confira as datas brasileiras:
24/outubro - Master Hall (Curitiba)
26/outubro - Opinião (Porto Alegre)

31/outubro - Via Funchal (São Paulo)


terça-feira, 25 de agosto de 2009

A utopia tecnológica: uma quase realidade. Entrevista especial com Luli Radfahrer


Fonte: IHU - Instituto Humanitas Unisinos - 24/08/2009

Luli Radfahrer
é um dos principais pesquisadores brasileiros na área de comunicação digital. Ele conversou com a IHU On-Line, por e-mail, sobre um conceito/tecnologia que vem mudando de forma significativa o mundo: a computação em nuvem (cloud computing), que consiste em compartilhar ferramentas computacionais pela interligação dos sistemas. “Ela só tornou o conceito viável comercialmente por ter sido uma empresa que surgiu após o “estouro da bolha”, e, nessas condições, pode contar com uma situação única: excelentes profissionais a baixo custo, computadores ociosos e muitos cabos de banda larga espalhados pelo mundo. O futuro da Internet, com ou sem Google, é uma interconexão cada vez maior de produtos e serviços”, explicou Luli.

Luiz Guilherme de Carvalho Antunes, conhecido como Luli Radfahrer, é graduado em Tecnologia em Processamento de dados pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também é graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo, onde cursou o mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação. Nesta mesma universidade, é, atualmente, professor e realiza uma pesquisa em torno do tema Comunicação Digital e Redes Interativas. Entre suas obras, destacamos O Fim da Idade mídia (São Paulo: ed. São Paulo, 2009).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – O mundo dispõe cada dia mais da capacidade de armazenamento de dados. De que maneira isso muda a nossa forma de nos comportarmos na Internet em relação aos "arquivos da nossa vida"?

Luli Radfahrer –
Em princípio, em nada. A idéia de "armazenar" as coisas – de livros a fotografias – vem de nossa relação com o conteúdo e a informação, que sempre foi escassa. Havia poucas imagens, pouca informação, por isso era preciso guardá-la seguramente em casa. À medida que a conexão se torna permanente, e o conteúdo mais abundante – e o mesmo acontece com nossas fotografias e até programas de rádio - armazená-lo não justifica sua redundância. Acredito sinceramente que a computação em nuvem tenha vindo para ficar e que daqui a alguns anos riremos do fato de termos que carregar HDs (discos rígidos) tão grandes.

IHU On-Line – O uso da Internet como computação em nuvem (cloud computing) traz, em sua opinião, que tipo de visões e conceitos sobre computadores, softwares e arquivos?

Luli Radfahrer –
Tanto aqueles que disse anteriormente quanto mais uma série de outros que surgirão a partir do instante que pudermos compartilhar a capacidade de processamento de nossas máquinas (que passam a maior parte do tempo ociosas) para a geração de serviços muito mais sofisticados, que demandem computação intensa, inimaginável para os padrões de hoje. Há 1,5 bilhões de computadores conectados à Internet hoje. Cada um deles é uma “maquininha” ociosa e isolada. Imagine que maravilha quando todos puderem compartilhar forças?

IHU On-Line – Esse conceito de computação em nuvem vem muito do trabalho do Google. Para você, qual o futuro da Internet, segundo o Google?

Luli Radfahrer –
Computação em nuvem é um conceito muito anterior à existência do Google. Ela só tornou o conceito viável comercialmente por ter sido uma empresa que surgiu após o “estouro da bolha”, e, nessas condições, pode contar com uma situação única: excelentes profissionais a baixo custo, computadores ociosos e muitos cabos de banda larga espalhados pelo mundo. O futuro da Internet, com ou sem Google, é uma interconexão cada vez maior de produtos e serviços. A web semântica [1] é um desses exemplos, ao conectar bases de dados e não mais "páginas" mortas. A computação física é outra, ao relacionar essas bases a informações ambientais. Inteligência artificial e compartilhamento ainda estão em sua infância, o mesmo pode ser dito da comunicação pessoal, que hoje é representada por essas próteses que mal reconhecem voz e que chamamos de celulares.

Em resumo, há muito espaço para a inovação na Internet, fora da web e, naturalmente, do Google.

IHU On-Line – Essa lógica da "vida na Internet" muda de que forma a nossa presença no mundo digital?

Luli Radfahrer – Acredito sinceramente que tecnologias quando chegam a uma maturidade se tornam transparentes. Foi assim com luz, água, saneamento, lixo. Hoje, a Internet se torna transparente e, em breve, não falaremos mais nela. Ela será, simplesmente, vivida. On=off e o mundo "analógico" tenderá a ser visto como uma excentricidade.

IHU On-Line – Certa vez, ao comentar sobre mobilidade, o senhor sugeriu que parássemos de pensar apenas na Internet no celular. No futuro, onde mais a Internet, quando falamos em mobilidade, precisa e vai estar?

Luli Radfahrer –
Em roupas que troquem de textura quando esfria ou de cor de acordo com o ambiente. Em carros, que saberão os melhores caminhos e formas de poupar combustível. Em janelas, que podem se transformar em coletores solares. E assim por diante...

IHU On-Line – As possibilidades que a computação em nuvem nos traz também mudarão (ou já estão mudando) a nossa presença e nossos usos nas redes sociais?

Luli Radfahrer –
Sim. Os metaversos – dos quais o Second Life [2] foi um rascunho infeliz, mas que o The Sims [3] e o Warcraft [4] são exemplos robustos – tendem a ser as novas redes sociais. Elas podem estar em mundos-espelho, que reflitam as características de hoje, ou em ambientes completamente fantásticos e complexos. A revolução mal começou, ainda estamos no prefácio.


Notas:
[1] A web semântica é uma extensão da Web Actual, que permitirá aos computadores e humanos trabalharem em cooperação. Ela interliga significados de palavras e, neste âmbito, tem como finalidade conseguir atribuir um significado (sentido) aos conteúdos publicados na Internet de modo que seja perceptível tanto pelo humano como pelo computador.

[2] O Second Life é um ambiente virtual e tridimensional que simula, em alguns aspectos, a vida real e social do ser humano. Foi criado em 1999 e desenvolvido em 2003 e é mantido pela empresa Linden Lab. O número de usuários (residentes) conectados ao Second Life gira em torno de 60.000, com alguns picos acima de 70.000 nos fins de semana. A Revista IHU On-Line, no. 226, 02-07-2007, publicou uma edição sobre o tema, intitulada Second Life: uma fábrica de sonhos e desejos.

[3] The Sims é uma série de jogos eletrônicos de simulação de vida, criado pelo designer de Jogos Will Wright. Foi lançado em 2000. São jogos onde se podem criar e controlar as vidas de pessoas virtuais (chamadas de Sims).

[4] O Universo Warcraft é um universo ficcional, descrito por uma série de jogos e livros publicados pela Blizzard Entertainment e foi apresentado inicialmente pelo jogo Warcraft:Orcs & Humans no ano de 1994.

domingo, 23 de agosto de 2009

Da Boca Sai chega as 1000 visitas!

Com quase dois meses de atividades, o blog Da Boca Sai atinge a incrível marca de 1000 visitas. Agradeço a todos os amigos e interessados nas informações aqui postadas, e espero ter contribuído de alguma forma para o enriquecimento intelectual e cultural dos leitores que prestigiam o blog.

Pretendo continuar prestando esse serviço, à toda a sociedade brasileira e aos leitores que porventura acompanhem de outros locais do mundo. Tenham a certeza de que estarei procurando sempre apresentar um ponto de vista, o mais isento possível em minhas opiniões e sempre buscarei as fontes mais fidedignas para as notícias que apresento, sem nunca perder o poder de crítica e análise dos fatos. Vamos em frente para mais 1000 visitas!

Muito obrigado.

sábado, 22 de agosto de 2009

Pesquisa comprova que músicos ouvem melhor

Depois de anos de sua mãe dizendo para desligar a música e proteger seus ouvidos, finalmente há uma evidência científica, de que a música pode ser boa para a sua audição.

Nova pesquisa revela que os músicos podem pegar os sons da fala de maneira muito mais relevante em um ambiente barulhento muito melhor do que não-músicos, o que sugere que o treinamento musical ajuda pessoas a ouvir melhor em condições como um restaurante ou uma sala cheia de gente.

"Ouvir em ambientes barulhentos é um desafio para todos, mas é um desafio especial para os idosos e as crianças com dificuldades de aprendizagem", disse Nina Kraus, neurocientista da Universidade Northwestern, e co-autora do trabalho publicado este mês na revista Ear And Hearing. "Se pudermos criar uma experiência musical que possa ajudar a percepção da fala em ruído, isso tudo criará provocações implicativas em termos de encorajar políticas e famílias a darem educação musical para suas crianças".

Kraus e colaboradores compararam o desempenho de 16 músicos e 15 não-músicos em dois testes de percepção de fala em ambientes com ruído. Nos dois experimentos, os participantes tiveram que escutar frases simples em condições barulhentas e repetir o que ouviram. Ao ajustar o nível do ruído de fundo e contando o número de palavras corretamente repetidas ou sentenças, os pesquisadores calcularam um nível de escuta para cada pessoa.

Em dois testes, os músicos superaram os não-músicos e também mostraram melhor trabalho de memória. "A extensão da experiência musical também importava", disse Kraus. "Quanto mais cedo você começar e mais anos estiver praticando, melhor será sua percepção em ambientes barulhentos".

Pesquisas anteriores sobre os efeitos do treinamento musical no cérebro sugerem que a música melhora as regiões do cérebro responsáveis pela codificação e processamento de som, inclusive em áreas do cortex cerebral e o tronco encefálico. Treinar o cérebro a ouvir e compreender a música também melhora a capacidade de ouvir e entender a fala, disse Kraus, e faz sentido que os efeitos sejam particularmente percebidos em condições com ruído de fundo elevado.

"Você tem uma orquestra ou uma banda, e você está tentando ouvir o som do seu próprio instrumento, ou tentando tirar uma melodia ou linha de baixo", disse Kraus. "Há uma analogia em ouvir conversas em ambiente com ruído, onde o que você está tentando fazer é retirar um sinal - a voz do narrador - a partir dos muitos sons que estão acontecendo ao seu redor."

Até agora, os pesquisadores observaram somente jovens com audição normal, e os músicos que participaram da pesquisa, todos tinham começado o estudo musical antes dos 7 anos e tinham tocado de forma consistente, por pelo menos, 10 anos.

"Com base neste estudo, não fica claro se os indivíduos que adquirem habilidades musicais mais tarde na vida, também mostram maior capacidade de percepção de conversa em ambiente barulhento", disse o neurocientista Tony Shahin, da Ohio State University, que não estava envolvido no estudo. Os benefícios da aquisição de habilidades de audição musical podem depender de idades com períodos mais sensíveis, disse ele, e determinar a idade de corte exigiria novas pesquisas.

Os pesquisadores pretendem começar esses tipos de estudos apenas em um futuro próximo. Kraus quer descobrir o quanto a formação musical é necessária para obter um benefício de audição, bem como se diferentes instrumentos fornecem diferentes tipos de vantagens. "Meu palpite é que os efeitos são muito generalizados através dos instrumentos", disse ela, "mas pode ser que alguns aspectos sejam reforçados em músicos de um determinado instrumento."

Kraus espera que as experiências futuras demonstrem, que mesmo pequenas quantidades de formação musical podem proporcionar um benefício para os adultos que têm problemas de audição em condições clamorosas.

"Os adultos mais velhos realmente devem fazer a experiência da dificuldade de ouvir a fala em ambiente barulhento, antes que haja uma perda auditiva", disse Kraus, "muitas vezes, dizendo: 'Eu posso ouvi-lo, mas eu não consigo entender o que está dizendo.' Não seria bom se pudéssemos realmente estabelecer que a formação musical, pode ajudar a proteger os adultos mais velhos contra os efeitos deletérios que parecem acompanhar o envelhecimento?"

Tradução livre: Rubão Almeida

Fonte desta matéria: Wired Science

Pregando a "Briba"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

20 anos sem o Maluco Beleza

Marcelo Nova e Raul Seixas - Foto Rubão Almeida/1988

É isso mesmo, já se passaram 20 anos desde que ele se foi. O alcolismo somado à diabete e ao fato de não ter tomado sua insulina na noite anterior, ocasionaram uma pancreatite aguda, que colocou um ponto final na história daquele que foi um dos maiores nomes, não só do rock, mas da música brasileira como um todo! Foi encontrado na manhã seguinte por sua empregada, a Dalva, no apartamento que ele morava, na rua Augusta, no centrão da paulicéia desvairada.

Não vou escrever aqui a história do Raul, mesmo porque, a internet tem milhares de sites pra isso e outros tantos lugares prestarão suas milhares de homenagens neste dia. Mas, como uma homenagem bem singela, vou postar uma foto de um dos últimos shows que o Raulzito fez, junto com o Marcelo Nova, e que eu tive o privilégio de ver. Trata-se do show de aniversário da extinta rádio FM97 de São Paulo, que foi realizado no fim de 1988, no Clube Aramaçan em Santo André. Foi uma aparição surpresa, já que ninguém tinha conhecimento dessa "canja" no show do Marcelo Nova, que estava em meio a turnê do disco de sua banda, a Envergadura Moral. Esse show foi um dos motivadores da parceria que rendeu o disco "A panela do Diabo", último disco da carreira do Raul.

Quando o Raul apareceu no palco, foi um empurra-empurra geral, pois todo mundo queria chegar mais perto para ver o maluco beleza, alí, a poucos metros, e eu tive a sorte de estar bem na cara do palco e fazer algumas fotos, com uma máquina daquelas "made in Paraguay", mas que serviu para registrar o fato, que hoje é histórico. É óbvio que ele já não tinha mais aquela energia visceral de antigamente, e com a voz meio trêmula cantou num grande esforço, por cerca de 40 minutos ou 1 hora, tanto faz... O importante era que ele estava voltando à cena depois de ficar sumido por algum tempo. Pelo menos o Marcelo Nova teve sensibilidade para perceber, que era o momento, o derradeiro, de trazer de volta o cara que fez o rock tupiniquim valer a pena, mesmo que isso tenha sido uma jogada de auto promoção, não importa, era a lenda voltando aos palcos.

É isso aí, Raul nunca morrerá para aqueles que um dia tiveram alguma identificação com qualquer uma das músicas desse que pode ser chamado de filósofo, profeta, gurú, maluco ou seja lá o que for... TOCA RAUUULL!!!


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

República Federativa do Excremento

Em 2003, o Digital Men, que é a banda da qual eu faço parte, lançou seu debut album homônimo. Entre as músicas que estão no disco, está a faixa R.F.E. (República Federativa do Excremento), inspirada pelo livro, Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, que foi censurado nos tempos de ditadura militar aqui no Brasil.

Esta música traz um tema que (ainda) continua atual, não sei se feliz ou infelizmente! Pois ela fala principalmente de corrupção, impunidade e outras falcatruas e pilantragens que continuamos vendo e ouvindo acontecer, e alguns continuam achando tudo isso "normal" ou, o que é pior, outros acham que isso é cultural ou faz parte da tradição histórica do brasileiro. Talvez seja da índole dos políticos brasileiros, mas sem dúvida que o povo brasileiro não é assim!

Ouça a música e reflita em toda a situação que estamos vivendo, e principalmente, não esqueça de tudo isso na próxima visita às urnas eleitorais.






terça-feira, 18 de agosto de 2009

E o pandemônio continua...

Após todos os episódios ocorridos nos últimos dias, meses, anos, a crise política que se abateu sobre o Senado Federal se arrasta, sem que a sociedade possa vislumbrar um desfecho. Realmente parece que a coisa vai descendo a ladeira e não pára mais...

Nesta terça-feira, estudantes da Faculdade de Direito da USP inauguraram uma exposição física do "Museu da Corrupção", que já está disponível na internet. A abertura começou às 11h. com a distribuição de "pizzas" que fazem referência a diversos políticos, como o (ainda) presidente do Senado José Sarney.

No "saguão principal" do museu na internet, o visitante pode acessar o "hall de casos", a "sala dos escândalos", as "operações da Polícia Federal", os "cartões postais da corrupção", a "sala das CPI's" e a "galeria Edemar Cid Ferreira", ex-controlador do Banco Santos que reunia diversas obras de arte em sua residência em São Paulo.

Na abertura da exposição foi lido um manifesto contra os atos secretos e a bandalheira no Senado, que pode ser assinado pelos internautas. No momento que escrevo este post, já são contabilizadas mais de 3400 assinaturas, de internautas descontentes com toda essa crise na política nacional.

FORA SARNEY E TODA A SUA QUADRILHA!!!

sábado, 15 de agosto de 2009

Woodstock, há 40 anos começava o maior festival de todos os tempos

Há exatos 40 anos, tinha início o festival que foi um marco comportamental, musical e uma verdadeira celebração de paz e amor. Realizado nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, na cidadezinha de Bethel, Nova York/EUA, o festival se tornou um marco para os jovens hippies que sonhavam com um mundo livre, mais justo e naturéba.

Nos idos dos anos 80, principalmente, e um pouco menos nos anos 90, a atitude "bicho-grilo" dos hippies sessentistas era uma coisa a ser evitada, mas na passagem para os anos 2000, é quase um pré requisito básico para atingir o mainstream do mundo musical. Bandas com cabelos, barbas, batas e muito colorido, lembrando a psicodelia que teve seu apogeu justamente em Woodstock, vide bandas como Kings of Leon e Magic Numbers, entre muitos outros, estão entre as sensações do rock atual.

O festival detonou uma mudança radical no comportamento das gerações posteriores, e, algumas apresentações foram, claro, mais marcantes do que outras, como por exemplo, a antológica versão de Jimi Hendrix para o hino norte-americano. Outras apresentações nunca mais foram esquecidas como as de Carlos Santana, Sly And The Family Stone e Janis Joplin, que morreria no ano seguinte, de forma trágica.

Outros artistas de peso na história do rock e de outros estilos bem diversos também marcaram presença no festival, como Grateful Dead, Jefferson Airplane, Ravi Shankar, Joan Baez, Mountain, The Who e muitos outros, abaixo segue a lista completa de quem tocou em Woodstock.

Houve outras edições do festival, uma em 1994 e outra em 1999, mas ambas sem a força motriz do primeiro, que eram os ideais de paz, amor e música. Em 99 o baixista Flea, do Red Hot Chilipeppers, disse que chegou a chorar ao saber das notícias das ocorrências de abuso sexual e violência generalizada, além, dos momentos de mosh durante o show do Limp Bizkit, quando houve uma quebradeira generalizada e muitos saques promovidos por uma juventude de classe média, vitaminada a base de sucrilhos e McDonald's. Enfim, os tempos mudam e muitas coisas acabam por se banalizar.

Quem tocou em Woodstock:
Sexta-feira - 15/08/1969
  • Richie Havens
  • Swami Satchidananda
  • Country Joe McDonald
  • John Sebastian
  • Sweetwater
  • The Incredible String Band
  • Bert Sommer
  • Tim Hardin
  • Ravi Shankar
  • Melanie
  • Arlo Guthrie
  • Joan Baez
Sábado - 16/08/1969
  • Quill
  • Keef Hartley Band
  • Santana
  • Country Joe McDonald (sem a banda The Fish)
  • Canned Heat
  • Mountain
  • Janis Joplin
  • Grateful Dead (apresentação prejudicada por problemas técnicos)
  • Creedence Clearwater Revival
  • Sly And The Family Stone
  • The Who
  • Jefferson Airplane
Domingo - 17/08/1969
  • Joe Cocker
  • Country Joe And The Fish
  • Ten Years After
  • The Band
  • Blood, Sweat And Tears
  • Johnny Winter (apresentou seu irmão, Edgar Winter em duas músicas)
  • Crosby, Stills, Nash & Young
  • Paul Butterfield Blues Band
  • Sha-na-na
  • Jimi Hendrix

Fontes desta matéria: Wikipedia, Estadão, Folha Online e Território Eldorado

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Que democracia é essa?!

Estudantes foram presos pela polícia do Congresso em Brasilia, ao tentar fazer uma manifestação pelo afastamento do (ainda) presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), na tarde de ontem. A manifestação aconteceu no salão Azul do Senado, enquanto o próprio Sarney presidia a sessão da tarde desta quinta-feira.

São os mesmos estudantes que tentaram entregar pizzas aos parlamentares na quarta. "Queria que mais pessoas da sociedade estivessem aqui, mas a segurança não deixa. Eles estão confiscando faixas, confiscaram as pizzas que nós trouxemos", afirmou o estudante Rodrigo Grassi, conhecido como Pilha.

Os seguranças da casa conduziram os estudantes para a sala da Polícia Legislativa do Congresso, onde durante o trajeto, os manifestantes cantavam o hino nacional e exibiam cópias da Constituição Federal. Os policiais justificaram as detenções como "perturbação da ordem". "Aqui, ninguém tem medo de prisão, vocês têm que prender esses senadores", disse um dos estudantes, que não se identificou. Após cerca de três horas detidos, os estudantes tiveram o apoio dos Senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Eduardo Suplicy (PT-SP), que estiveram presentes durante as negociações para que não houvesse punições ao grupo.

Está sendo organizada uma manifestação barulhenta pelo país todo no sábado, 15 de agosto (vide cartaz no topo do post). Mais uma vez, este blog apoia totalmente essas manifestações de repúdio a essa quadrilha que tomou conta da política nacional e temos que manter, mais do que nunca, a memória fresca para as próximas eleições de 2010, quando teremos a oportunidade de mostrar a esse bando de VAGABUNDOS que o Brasil pertence ao povo brasileiro. Assista aos vídeos do fato nas fontes desta matéria, nos links abaixo. E leia também o relato de um dos detidos aqui.

FORA SARNEY E TODA A SUA QUADRILHA!!

Fontes desta matéria: Blog do Tas, UOL Notícias e Folha Online

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Morre Les Paul, pioneiro da guitarra elétrica

Morreu nesta quinta-feira em Nova York, o guitarrista Les Paul, aos 94 anos, vítima de uma pneumonia. Ele foi o responsável pelo desenvolvimento da guitarra elétrica e das gravações multicanal.

Nascido em Wisconsin/EUA em 1915, foi em Chicago que Lester William Polfus iniciou sua carreira de músico. Aos 13 anos, insatisfeito com o som de seu violão, começou a criar o sistema de amplificação que tornou possível o desenvolvimento das guitarras que conhecemos atualmente. Nos anos 40, desenvolveu um instrumento quadrado de madeira maciça, com captadores e cordas de aço que foi batizado de "o tronco", na mesma época em que Leo Fender e Adolph Rickenbacker também começavam a desenvolver seus instrumentos.

Após o desenvolvimento para o formato tradicional da guitarra, sua invenção começou a ser produzida pela Gibson em 1952, o que tornou o instrumento um dos mais populares do mundo, sendo usado por diversos guitarristas, como Jimi Page do Led Zeppelin e Pete Townsend do The Who.

Aém da guitarra, Les Paul também inovou no sistema de gravar com canais, permitindo ao artista gravar várias sequencias de diferentes instrumentos e depois unir todos em uma gravação final. Seu nome será lembrado para sempre no mundo do rock'n'roll e da música em geral, pois graças as suas invenções, o modo de tocar guitarra pode chegar ao que é hoje.

Fontes para esta matéria: Estadão e Globo.com

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Vem aí o novo disco do Megadeth

Confirmado no site oficial do Megadeth, o lançamento do novo disco Endgame, que deve sair na segunda quinzena de setembro. Lá no site da banda já é possível ouvir uma das faixas, trata-se da música Head Crusher que eu achei uma verdadeira pedrada no ouvido!

A música tem uma pegada muito similar ao Megadeth dos bons tempos de Rust In Peace, mas é evidente que a sonoridade tem tudo a ver com a formação atual que conta com: Dave Mustaine (guitarra), Shawn Drover (bateria), Chris Broderick (guitarra) e James Lomenzo (baixo), ou seja, não soa mais tão crú como alguns fãs mais radicais esperavam. Embora eu considere a formação atual de um nível técnico fenomenal, não devendo nada às formações anteriores.

O Megadeth anuncia um disco mais veloz e menos pop (se é que pode-se dizer isso de uma banda de Thrash Metal) em suas novas composições e o single de Head Crusher já pode ser baixado no iTunes, via página da banda. Ao que parece vale a pena esperar.
Confira abaixo o tracklisting do disco.

Endgame

1. Dialectic Chaos

2. This Day We Fight!

3. 44 Minutes

4. 1,320'

5. Bite The Hand

6. Bodies

7. Endgame

8. The Hardest Part of Letting Go... Sealed With a Kiss

9. Head Crusher

10. How The Story Ends

11. The Right To Go Insane


Leia também, Dave Mustaine fala de seu amor pelo AC/DC na Metal Hammer, em inglês.


domingo, 9 de agosto de 2009

Jerry Garcia e Paul Baloff, dois malucos que deixarão saudade

Jerry Garcia e Paul Baloff

Hoje deixarei aqui, uma pequena homenagem a dois caras que deixaram marcas profundas e inesquecíveis na história do rock.

Há exatos 14 anos, morria Jerry Garcia, figura lendária dos roqueiros malucões que se amarravam na psicodelia dos anos 60. Líder e mentor do Grateful Dead, Garcia morreu aos 53 anos de idade durante um tratamento contra a dependência de narcóticos. Jerome John Garcia, nasceu em 1 de agosto de 1942 e, além do Grateful Dead, tocou em diversos projetos e tornou-se um especialista em instrumentos de cordas, apesar de ter seu dedo médio amputado ainda na infância.

E o outro cara é Paul Baloff, que deixou seu nome escrito na história do Thrash Metal mundial, como vocalista da banda Exodus, uma das mais agressivas que despontou no inicio dos anos 80 na Bay Area em San Francisco/EUA. Baloff nasceu em 25 de abril de 1960, e morreu vítima de um ataque cardíaco quando andava de bicicleta e após permanecer em coma durante algum tempo. Ela era diabético e hipertenso e sua família optou por desligar os aparelhos de suporte que o mantinham vivo em 9 de agosto de 2002.

Deixo como recomendação, para aqueles que não conhecem os trabalhos desses dois ícones da música, o primeiro disco do Exodus, "Bonded by Blood" de 1985. Esse é o disco de estréia da banda, que além de Baloff também já contou com a participação de Kirk Hammet, que deixou o Exodus para se juntar ao Metallica.

E com relação ao Grateful Dead, é recomendável ouvir a discografia completa começando a ouvir desde o primeiro, "The Grateful Dead" de 1967, mas eu deixo como indicação o clássico "Blues for Allah" de 1975, um disco sensacional que para mim, traduz toda a sonoridade dessa bandassa.

É isso aí, vale o confere nessas duas bandas já clássicas, que viverão pra sempre na memória de quem curte rock. Long Live Rock'n'Roll.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

As ditaduras podem voltar


24/07/2009

Frei Betto

Todos os ditadores – de Hitler a Médici, de Batista a Stalin, de Franco a Somoza – passam à história como figuras execráveis, cujos nomes, estigmatizados, se associam às vitimas de seus governos tirânicos.


Aliás, Tirano era o comandante da guarda do rei Herodes. Seu nome tornou-se sinônimo de crueldade por se atribuir a ele a execução da ordem real de decapitar, em Belém, todos os bebês, entre os quais estaria Jesus se José e Maria não tivessem fugido com ele para o Egito.


A América Latina carrega em sua história longos períodos de supressão do regime democrático. No século XX, o Brasil conheceu dois: sob o governo Vargas (1937-1945) e sob o regime militar (1964-1985), sem falar dos que governaram sob Estado de Sítio.


O paradoxo é que todas as ditaduras latino-americanas foram suscitadas, patrocinadas, financiadas e armadas pelo governo dos EUA. Até o mandato de George W. Bush, para a Casa Branca, democracia, consistia numa panacéia, mera retórica política. Fala-se que nos EUA nunca houve golpe de Estado porque não há, em Washington, embaixada americana...


O recente golpe em Honduras, que resultou na deposição do presidente Zelaya, democrática e constitucionalmente eleito, coloca o governo Obama frente à hora da verdade. Ao receber a notícia, Hillary Clinton, secretária de Estado, vacilou. Talvez tivesse manifestado apoio aos golpistas se o presidente Obama, em viagem à Rússia, não houvesse reagido em defesa de Zelaya como legítimo mandatário. Ainda assim, os EUA não suspenderam sua ajuda financeira e militar às Forças Armadas hondurenhas, que sustentam o ditador de plantão.


A política externa da Casa Branca trafega sobre o fio da navalha. Sabe que Zelaya está mais próximo de Chávez que dos falcões usamericanos que ainda comandam a CIA. Esta agência, especializada em terrorismo oficial, não foi devidamente saneada por Obama. E, agora, tenta justificar o golpe sob o pretexto, infundado, de que o presidente da Venezuela estaria prestes a remeter comandos militares a Honduras para derrubar os golpistas e devolver o mandato ao presidente Zelaya.


A América Latina conheceu significativos avanços políticos nas últimas duas décadas. Após destronar as ditaduras militares e rechaçar presidentes neoliberais – Collor no Brasil, Menem na Argentina, Fujimori no Peru, Caldera na Venezuela – demonstra preferência eleitoral por candidatos oriundos de movimentos sociais, dispostos a disputar o espaço das esferas de poder com os tradicionais grupos oligárquicos.


É verdade que o uso do cachimbo entorta a boca. Alguns mandatários, em nome da governabilidade, não têm escrúpulos em fazer concessões a velhos caciques políticos notoriamente corruptos, representantes de feudos eleitorais marcados pela mais extrema pobreza.


Quando um líder político de origem progressista se deixa cooptar pela oligarquia conservadora o que está em jogo, de fato, não é a propalada governabilidade. É a empregabilidade. Perder eleição significa o desemprego de milhares de correligionários que ocupam a máquina do Estado. Nesses tempos de crise financeira não é fácil inserir órfãos do Estado na iniciativa privada. Seria, para muitos, atroz sofrimento perder o cargo e, com ele, as mordomias, tanto materiais - transporte e viagens pagos pelo contribuinte -, como simbólicas - a aura de autoridade que desencadeia em torno ondas concêntricas de bajulação.


Todos sabemos que, hoje, no centro da vida política se sobressai a questão ética. A maioria dos políticos teme a transparência. Por isso, muitos, descaradamente, agem por baixo dos panos, promulgam decretos secretos, cumpliciam-se em maracutaias, tratam como de somenos importância o fato de o deputado do castelo usar verba pública em benefício próprio, ou um senador, ex-presidente da República, incluir sua árvore genealógica na folha de pagamento custeada pelo contribuinte.


Se não se estancar essa deletéria convivência e conivência de lideranças outrora progressistas com velhos e corruptos caciques, não se evitarão a descrença na democracia, a deterioração das instituições políticas, a perda do senso histórico na administração pública. O que constitui excelente caldo de cultura para favorecer o retorno de ditadores salvadores da pátria.


Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros.


Fonte desta matéria: Brasil de Fato


Milhares de pessoas acompanham funeral de Corazón Aquino

Foto: Aron Favila/FP

A ex-presidente das Filipinas, Corazón Aquino morreu no último dia 1 de agosto, vítima de um câncer, aos 76 anos. Há 23 anos ela liderou um levante popular que tirou do poder o ditador Ferdinand Marcos.

Corazón Aquino governou de 1986 a 1992 e era casada com Benigno Aquino, que foi morto em 1983 no aeroporto, quando voltava para a capital Manila. Corazón acusou Marcos pelo crime e deu início a uma série de protestos que culminaram com a saída do ditador e de sua mulher Imelda Marcos.

Nesta quarta-feira 05/08, o cortejo saiu da Catedral de Manila para o sepultamento ao lado de seu marido. O cortejo foi acompanhado por milhares de pessoas vestidas de amarelo, cor que caracterizava os opositores do regime de 1986, cantavam as canções anti-Marcos e faziam os sinais do "laban" (luta) como sinal de resitência à ditadura.

Edu reestréia no timão contra o Náutico

Após amargar a saída de jogadores importantes para o esquema tático do time, o Corinthians contará com a reestréia de um velho conhecido nesta quarta-feira, em jogo contra o Náutico no estádio dos aflitos em Recife/PE. O volante Edu, de 31 anos, que fez sua última partida com a camisa alvi negra há nove anos e dois meses, teve passagens pelo Arsenal da Inglaterra e pelo Valencia da Espanha.

Tendo sido destaque na Copa São Paulo de Futebol Junior de 1998, Edu subiu para o time de profissionais no mesmo ano, como reserva de Vampeta e Rincón, sagrando-se campeão brasileiro em dezembro. Em 1999 foi campeão paulista e bi-campeão brasileiro, ainda como reserva. E em 2000, com a transferência de Rincón para o Santos, passou a ser titular da camisa 8.

Após a eliminação para o Palmeiras em junho de 2000, nas semifinais da Libertadores, Edu deixou o timão a contragosto, fazendo juras de amor ao time que o revelou. Naquela época, foi dito que os dirigentes do clube precisavam "fazer caixa", e por isso o time foi desmontado.

Edu está de volta, e fará a função de armador das jogadas, que tinha em Douglas (transferido para o futebol árabe) sua principal referência. Segundo o técnico Mano Menezes, Edu está bem e será importante no esquema tático do time. Outra novidade no jogo desta quarta-feira será o retorno do atacante Dentinho, que cumpriu suspensão. Deixo aqui meus votos de boa sorte em seu retorno, a esse que sempre foi um grande guerreiro com a camisa do timão. Seja bem vindo de novo Edu!


domingo, 2 de agosto de 2009

A Censura está viva e ativa no Brasil

Em meio ao lamaçal de denúncias de nepotismo, corrupção, desvio de verbas e outros tantos escândalos envolvendo o presidente do Senado, Sr. José Sarney (PMDB-AP) e família, eu tinha quase que me imposto a obrigação de não infectar meu blog com as notícias vindas desse pardieiro que se tornou o Senado brasileiro.

Mas após ler a reportagem de que o Juiz Dácio Vieira - que é do convívio social da família Sarney e de Agaciel Maia - mandou CENSURAR o jornal O Estado de São Paulo na última sexta-feira 31/07, eu não pude mais me calar. E assim, utilizo este espaço para engrossar o coro das vozes que estão clamando pela saída do presidente do Senado (saída permanente da vida pública, e não apenas uma licença temporária como querem alguns incautos ou mal intencionados).

Eu poderia escrever um texto gigantesco contestando essa atitude medievalesca, que só confirma que o nosso sistema judiciário está a serviço da elite (política) brasileira. Mas, enfim, prefiro apenas relatar o ocorrido e os leitores deste blog que tirem suas próprias conclusões, baseando-se em tudo que tem sido ventilado em todos os meios de comunicação do Brasil e do exterior e aproveitando para ler as reportagens.

Em alguns momentos após o fim da ditadura militar, inocentemente cheguei a pensar que pelo menos os grandes veículos de comunicação estivessem "imunes" a esse tipo de abuso. Mas vejo que eu estava completamente enganado. Segundo a reportagem no site do Estadão, o empresário Fernando Sarney que é filho de José Sarney, apresentou recurso judicial contra o jornal na quinta-feira no fim do dia, e, ainda segundo a mesma reportagem, na sexta-feira pela manhã o magistrado havia concedido a liminar que coloca o jornal sob CENSURA.

A decisão proíbe que o jornal publique reportagens com informações sobre a operação Faktor, que também está sendo conhecida como Boi Barrica, que a Polícia Federal está fazendo sobre o caso, no qual escutas autorizadas judicialmente revelaram as ligações do presidente do Senado com a contratação de parentes e afilhados através dos tão falados atos secretos, que o mesmo José Sarney disse não existirem.

No caso de descumprimento da decisão, o Desembargador determinou uma multa de R$ 150 mil, por "cada ato de violação do presente comando judicial", ou seja, para cada reportagem publicada. Muitas entidades da área de imprensa manifestaram repúdio e dizem que irão recorrer, uma vez que a decisão fere a Constituição, e no site do Yahoo, a reportagem apresenta a manifestação de alguns Senadores que também se mostraram contrários a CENSURA.

Mais uma vez, está tudo aí na frente de todos e só não vê quem não quer ou não respira mais. É preciso muito cuidado, já que é patente que os políticos tem se mostrado os verdadeiros inimigos do Brasil e tendo o judiciário ao seu lado! E o povão, o que sobra para quem não usa terno e gravata? Foi por isso que tanto lutaram todos os mortos e desaparecidos durante a ditadura dos anos 60 e 70? É a isso que chamam de Democracia? A mim, me parece estarmos vivendo numa caricatura mal feita, uma piada de muito mal gosto, feita só para néscio rir.

sábado, 1 de agosto de 2009

Banda sensação de Goiânia - Black Drawing Chalks

Vale o confere nessa banda goiana que faz um rock muito legal. Eles já são figurinha carimbada nos festivais independentes pelo Brasil afora, tendo sido aclamados no festival "Bananada", e também já deram as caras pela MTV. Essa rapaziada já está inclusive com shows pré-marcados para Toronto e Montreal (Pop Montreal de 2009).

O Black Drawing Chalks é uma banda que realmente tem tudo para se tornar uma das mais novas sensações do rock brasileiro - mesmo fazendo músicas em inglês. Estão lançando seu segundo disco, "Life Is A Big Holyday For Us" que pode ser conferido e baixado na página deles lá na Trama Virtual.

Deixo meu destaque para a faixa "I'm a Beast, I'm a Gun", um verdadeiro petardo com um pé no bom e velho Black Sabbath, mas sem perder a identidade e sem soar com "cheiro de mofo". Em algumas faixas eles chegam até mesmo a me lembrar a sonoridade de um Blue Cheer ou Budgie. Pelo jeito eles ainda vão ter uma longa vida de feriadão, e prolongado.

Sem sombra de dúvida, é uma surpresa muito agradável saber que tem uma galera nova, com bom gosto para fazer rock como nos velhos tempos sem ser chato, e o que é mais legal, eles são brasileiros! Sorte de quem vai poder conferir o som deles ao vivo, já que eles estão em turnê e fazem alguns shows em Sampa nos dias 21/07 - 28/07 e 01/08.

Buddy Rich no Muppet's Show