domingo, 20 de dezembro de 2009

O último de 2009


Enfim, estamos no final de mais um ano. Momento de viajar, descansar, curtir com a família e os amigos e se preparar para o ano que está chegando.

Quero agradecer a todos os leitores anônimos e amigos, que acompanham o blog desde o primeiro post, escrito há quase 6 meses. Encerro 2009, deixando um grande abraço para vocês e já convidando todo mundo, para o que virá em 2010. Espero continuar colaborando para o engrandecimento intelectual de todos que por aqui passarem e pretendo seguir abordando assuntos dos mais variados temas. Valeu!

Estou à caminho do interior para curtir minhas férias. Assim, desejo um excelente final de ano e um 2010 cheio de novas aventuras à todos nós! Deixo uma música que certamente tocará na minha festa de ano novo, uma das gratas surpresas do ano que está terminando. E no ano que vem tem lançamento do Digital Men, não percam!

Até o próximo post!!!


Em 2010, paulistano pagará "busão" mais caro


E finalmente, parece que se confirma um papo que eu, que sou usuário de ônibus em sampa, já tinha ouvido entre os cobradores e motoristas. O de que a passagem aumentará em janeiro, para R$ 2,70.

Acabo de ler no site do Click21, a notícia de que a prefeitura está confirmando, neste domingo (20), o aumento da passagem de ônibus na capital paulista. Segundo a reportagem, o prefeito Gilberto Kassab tinha dito em sua campanha, que o levou ao segundo mandato, que não aumentaria o preço das passagens.

Lá vamos nós, pagar uma fortuna para andarmos em ônibus lotados e com um serviço de baixa qualidade no geral.

Feliz 2010, pobre paulista!

Fonte: Click 21

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Kant e a Mentira

por MARIO GUERREIRO


Em um ensaio publicado em 1797, Über ein vermeintliches Recht, aus Menschenliebe zu lügen (Sobre um pretenso direito de mentir por amor aos homens) [Kant, 1986], o filósofo de Königsberg não só fez referência a um ensaio de Benjamin Constant como também citou uma passagem crucial do mesmo em que está claramente exposta a tese que ele, Kant, pretendia refutar. Eis a passagem de Des réactions politiques (As reações políticas):


“O princípio moral de que dizer a verdade é um dever, se fosse considerado incondicionalmente e isoladamente, (o grifo é nosso) tornaria impossível qualquer sociedade. Temos a prova disso nas conseqüências diretas que um filósofo alemão tirou desse princípio, chegando até mesmo a pretender que a mentira seria um crime em relação a um assassino que nos perguntasse se o nosso amigo, perseguido por ele, não estaria refugiado em nossa casa. Dizer a verdade é um dever. O conceito de dever é inseparável do de direito: um dever é o que, em um ser, corresponde aos direitos de um outro. Lá onde não há direitos, não há deveres. Dizer a verdade, portanto, só é um dever em relação àqueles que têm um direito à verdade. Ora, nenhum homem tem direito a uma verdade que possa prejudicar os outros” [Constant citado por Kant e republicado em Boituzat, 1993, pp.102-109, o grifo é nosso).


Como se pode depreender da passagem acima, Constant não está, de nenhum modo, rejeitando o princípio moral da veracidade ou sinceridade (não-mentira), mas sim deixando claro que o mesmo tem de comportar exceções, de tal modo que não acarrete uma drástica e altamente indesejável conseqüência: a de tornar simplesmente inviável a sociabilidade. Em outras palavras: ele está aceitando uma regra de conduta universal, mas, ao mesmo tempo, admitindo que há exceções em que a mentira passa a ser moralmente aceitável. Malgrado ele não tenha explicitado como a completa ausência de mentiras proferidas pelos socii resultaria na insociabilidade, não cremos que seja nem um pouco difícil mostrar tal coisa, porém não pretendemos fazer isto no presente momento. Preferimos citar uma passagem em que A.Comte-Sponville começa comentando o escólio da Proposição 72 da Ética de Spinoza – com o qual se mostra de pleno acordo – para contrastá-lo com a posição kantiana – com a qual se mostra em completo desacordo, e nós também.


“A boa-fé é uma virtude, é claro, o que a mentira não poderia ser. Mas isto não quer dizer que toda mentira seja condenável nem, a fortiori, que devamos sempre nos proibir de mentir. Nenhuma mentira é livre, por certo, mas quem pode ser sempre livre? E como o seríamos, diante dos maus, dos ignorantes, dos fanáticos, quando eles são os mais fortes, quando a sinceridade para com eles seria cúmplice ou suicida? Caute... A mentira nunca é uma virtude, mas a tolice também não, mas o suicídio também não. Simplesmente, às vezes é preciso se contentar com o mal menor.” (Comte-Sponville, 1995, pp.120-1, o grifo é nosso).


Kant vai muito mais longe e muito mais claramente. A mentira não apenas nunca é uma virtude, como é sempre uma falta, sempre um crime, sempre uma indignidade. É que a veracidade, que é seu contrário, é “um dever absoluto que vale em todas as circunstâncias” e que, sendo “totalmente incondicionado”, não poderia admitir a menor exceção “a uma regra que, por sua própria essência, não tolera nenhuma” [o grifo é nosso]. Isto equivale a pensar, objetava Benjamin Constant, que mesmo “para assassinos que lhe perguntassem se seu amigo, que eles perseguem, não está refugiado em sua casa, a mentira seria um crime”. Suponhamos que estamos na Alemanha durante o nazismo…


Suponhamos que você escondeu um judeu perseguido pela Gestapo no sótão da sua casa. Suponhamos que três agentes da polícia de Hitler batem na sua porta e perguntam: “O senhor por acaso viu, seu vizinho, um judeu chamado Jakob Rosenthal ?” Como bom kantiano e para manter a coerência em relação aos princípios éticos do mestre, você teria que dizer: “Não só o vi como também o escondi no sótão”. Com isto você estaria ferindo gravemente a Ética e também o próprio pé em que você deu um tiro (pois esconder judeus era crime grave na Alemanha nacional-socialista). E tudo isto só para não mentir para reles nazistas!


“Mas Kant não se deixa impressionar por tão pouco (…) A veracidade é um “mandamento da razão, que é sagrado, absolutamente imperativo, que não pode ser limitado por nenhuma conveniência”, nem mesmo a conservação da vida de outrem ou da própria”. [Comte-Sponville, “Da boa–fé” em Comte-Sponville (1995, pp.220-1)]. Prima facie, a posição de Kant tem um desagradável odor de fanatismo, não o daquele tipo que se nutre de poderosas paixões, porém daquel’outro que procura se fundamentar na razão. Resta ver se esta é mesmo seu fundamento ou seu afundamento.


Constant fez uma alusão a Kant ao dizer “um filósofo alemão”, assim como Voltaire fazia uma alusão a Leibniz ao dizer “certo metafísico alemão” num de seus contos (Voltaire, 1979), com a diferença de que Leibniz já estava morto e, ainda que vivo estivesse, poderia não querer colocar a carapuça, porém Kant não só estava vivo como também considerou que a caracterização feita por Constant dispensava qualquer referência nominal. Era dele mesmo, Immanuel Kant, de quem o filósofo suiço-francês estava falando e insinuando que estava em jogo um rematado disparate, une sottise philosophique: considerar crime um indivíduo mentir para um assassino, de modo a proteger a vida de um amigo. Disto se conclui que nem todos os filósofos são possuidores de bom senso: não só não o apreciam como também o agridem violentamente!


Realmente, somos compelidos a admitir tal coisa é agredir fortemente o mais elementar bom senso, mas esta é uma virtude que nem sempre foi cultivada nos séculos XVIII e XIX e tem se tornado em via de extinção na assim chamada “filosofia pós-moderna” neste começo do século XXI. Estava, pois, redondamente equivocado Descartes quando afirmou, na abertura de seu Discurso sobre o Método: “O bom senso é a coisa deste mundo mais bem compartilhada” (Descartes,1953). Antes fosse, antes fosse…


“Crime” talvez seja uma palavra demasiadamente forte, uma vez que o exemplo oferecido por Constant não caracterizava um falso testemunho proferido diante de uma corte judicial, porém uma mentira dita por uma pessoa comum no contexto da vida cotidiana. Mas se é seguro que Kant não teria qualificado tal coisa como um ato criminoso, é igualmente seguro que ele a teria considerado como um ato moralmente reprovável. Para ele, não havia circunstância real ou possível capaz de justificar a enunciação de uma mentira. Morrer, se preciso for, mentir nunca! Bravo!


Lembremos que, diferentemente do homo medius (homem comum), o herói põe sua honra acima de sua própria vida. Convenhamos que o herói é uma ilustre exceção do ser humano. Ao homem comum, aplica-se o provérbio: “Mais vale um covarde vivo do que um herói morto”. Talvez isto só não tenha valor para muçulmanos dispostos a morrer pelo Islam e ir para o paraíso, com suas fontes d’água cristalina, frutas deliciosas e onde lindas virgens de seios arredondados, aguardam a chegada do mártir (não estamos inventando: certifique-se disto abrindo O Corão (Al Koran) e lendo como ele descreve o paraíso…).


Concluindo seu pensamento, Constant assume uma dicotomia entre: aqueles que têm direito à verdade / aqueles que não têm direito à verdade, restringindo a obrigação moral de um falante só dizer a verdade em relação aos primeiros e considerando que a verdade torna-se algo moralmente indesejável quando sua enunciação é capaz de trazer conseqüências prejudicando seriamente a si mesmo ou outro, ou seja: uma situação em que o ato de dizer a verdade pode concorrer para a ocorrência de um mal que a mentira poderia ter evitado ou ao menos não teria favorecido.


Diante disto, Kant alega que há na argumentação de Constant um próton pseudos, bela expressão grega devendo ser entendida como equívoco de base ou seja: uma proposição falsa, que está na base de um discurso e da qual decorrem outras proposições igualmente falsas. E, de acordo com o próprio Kant [1986, p.32], tal proposição é “Dizer a verdade, portanto, só é um dever em relação àquele que tem direito à verdade”. Kant recusa esta particularização, alegando que todos indistintamente têm um direito à verdade, inclusive um criminoso prestes a cometer um crime que poderia ter sido evitado ou ao menos não favorecido, caso alguém lhe dissesse um mentira [vide 4.47]. Para Kant, “Este dever de dizer a verdade não reconhece nenhuma distinção entre pessoas diante das quais temos esse dever e pessoas diante das quais não temos. Trata-se de um dever incondicionado, válido em todas as circunstâncias.” (Kant, 2000, p. 45).


Justamente baseado nessa generalização abusiva, M. Rader (1964, p.155) desfere uma crítica devastadora à ética kantiana e conclui dizendo algo que nos parece extremamente sensato: “Muito poucos filósofos ou leigos concordariam com Kant” [ obs. Rader tem em mente filósofos anglófonos como ele]. Mas não é a primeira nem será a última vez que um grande filósofo continental (i.e. europeu não-britânico) despreza solenemente o que é extremamente plausível e sensato e acaba angariando uma legião de seguidores fanatizados por suas idéias. De modo a fundamentar sua alegação, ele começa fazendo uma asserção forte, talvez demasiadamente forte: “A expressão ‘ter um direito à verdade’ é desprovida de sentido”. Supondo que fosse, por uma questão de óbvia decorrência, ‘não ter um direito à verdade’ teria de ser igualmente considerada sheer nonsense (puro contra-senso). Mas devemos aceitar tal coisa? Não há mesmo nenhum contexto frasal nem sentencial em que a referida expressão possa ter sentido?


Quando por exemplo, numa corte judicial da terra de Benjamin Franklin, uma testemunha é obrigada a pôr sua mão sobre a Bíblia e proferir o dito protocolar: “Juro dizer a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade”, por acaso isto não é um dever legal de todo e qualquer indivíduo que comparece a uma corte judicial na condição de testemunha? Ora, com base no princípio de que a todo dever tem de corresponder um direito e vice-versa, não se pode inferir que a corte tem direito de ouvir a verdade, o que acarreta o dever da testemunha de dizê-la?! Caso ela mentisse, além de contrariar o mandamento da Lei Mosaica – Não prestarás falso testemunho – violaria também a lei do direito positivo, pois uma testemunha dizer algo que possa desorientar o rumo de um processo é uma infração da lei. Contudo, caso um indivíduo esteja num processo, não na condição de testemunha, porém na de indiciado – o que é papel jurídico notadamente distinto – a Constituição Americana, em sua Quinta Emenda, concede a ele o direito de permanecer em silêncio e até mesmo o de mentir, pois entende que… nor shall [any person] be compelled in any criminal case to be a witness against himself (ou seja: … nem qualquer pessoa, em qualquer caso criminal, poderá ser obrigada a testemunhar contra si própria). O espírito da lei é de uma clareza cristalina: não é razoável exigir de um indivíduo humano que ele não se defenda da melhor maneira que puder. E é justamente por isto que, entre nós, isto é chamado dedireito de ampla defesa e é assegurado pela Constituição de 1988.


* Texto extraído de Mario A.L.Guerreiro: Sete Tipos de Mentira (inédito).


Revista Jus Vigilantibus, Segunda-feira, 14 de janeiro de 2008


Fonte: Mundus est Fabula



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Há 15 anos o mundo perdia Tom Jobim


Carioca, nascido na Tijuca em 25/01/1927, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim foi um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores da Bossa Nova. Faleceu em 08/12/1994 em Nova York/EUA, no mesmo dia de outro grande expoente da música mundial, John Lennon.

Aclamado tanto por críticos como pelo público, ele deixou uma obra extensa e impregnada de qualidade e sofisticação que o tornou famoso pelo mundo todo. Esteve ao lado de grandes nomes da música mundial como Frank Sinatra, Elis Regina e Edu Lobo, entre outros.

Talvez a pareceria mais importante, tenha sido ao lado de Vinicius de Moraes, com quem compôs seus maiores sucessos em todos os tempos "Garota de Ipanema", "Só danço samba", "Ela é carioca", "Insensatez" e "A felicidade". Mas Tom Jobim também gravou ao lado de Chico Buarque, Billy Blanco, Elizete Cardoso, João Gilberto, Dorival Caymmi, Miúcha e Toquinho.

O maestro Jobim deixou um legado imenso que merece ser apreciado e estudado por todas as pessoas. Abaixo um de seus grandes sucessos.

Fonte: Wikipedia


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

NILE anuncia datas de shows na América Latina


Infelizmente, pelo menos por enquanto, o Nile não divulga datas no Brasil. Em seu site oficial, a banda divulga apenas datas de shows no México, Chile, Venezuela e Colômbia. Vamos aguardar e torcer pra algum empresário do ramo fechar pelo menos uma data, desta que é um dos maiores nomes do death metal mundial na atualidade.

Abaixo, as datas divulgadas pela banda no último dia 2 de dezembro e um vídeo de um show de 2008, pra matar a vontade.

NILE "THOSE WHOM THE GODS DETEST"
LATIN AMERICAN TOUR 2010
- 2 December 2009 -

World Management would like to announce more Nile Tour dates for the ongoing World Tour of "Those Whom the Gods Detest". The new dates to be announced are:

March 5th.- Monterrey, Mexico (venue TBA)
March 7th.- Mexico City, Mexico / Circo Volador
March 10th.- Santiago, Chile (venue TBA)
March 13th.- Caracas, Venezuela (venue TBA)
March 14th.- Bogota, Colombia (venue TBA)

Fonte: Nile Official Page


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Entrevista com a Drª Rauni Kilde, falando sobre gripe suína

Há muitas especulações à respeito desta senhora que, com desenvoltura, fala sobre uma teoria de uma conspiração mundial, visando eliminar parte da população humana! O tema torna-se ainda mais controverso, pois não há muitas informações disponíveis sobre ela, na internet, tornando-se difícil saber inclusive, se ela foi mesmo Ministra da Saúde da Finlândia, como andam divulgando por aí.

Muita gente diz que ela é uma pessoa delirante que fala de OVNI's e outras coisas sem sentido, após ter sofrido um acidente de carro. Mas, o fato, é que ela faz uma reflexão sobre um tema que precisa ser debatido com um mínimo de seriedade. Além disso, é possível encontrar uma boa quantidade de vídeos, blogs e sites espalhados pela internet, que abordam essa questão envolvendo dinheiro, medo, laboratórios, governos, gripe suína e conspirações. Enfim, vejam esta parte da entrevista, com legendas em português, e tirem suas próprias conclusões.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Comentarista de retransmissora da Rede Globo faz apologia da ditadura militar

No último dia 30, o comentarista Luiz Carlos Prates, da RBS, que retransmite o sinal da Rede Globo para Santa Catarina, disse que durante o período negro da história recente do Brasil, não houve censura nem repressão. Ele analisava o episódio que ficou conhecido como Novembrada, uma manifestação pública, realizada em 30 de novembro de 1979, em Florianópolis/SC, durante uma visita do então presidente João Batista Figueiredo.

Prates criticou o regime "democrático" em que vivemos, pois segundo ele, "o Brasil andou para trás" e o presidente Figueiredo "nos ensinou o caminho da verdadeira luta e da verdadeira e legítima democracia". Ainda segundo o discurso de Prates, "o Brasil nunca cresceu tanto quanto sob a chamada Ditadura Militar" e foi mais longe ainda, dizendo que "estradas rasgaram o Brasil, universidades foram multiplicadas. Ciência e tecnologia começaram pra valer no país sob a tutela dos militares. João Figueiredo, o general, o duro, grosso, morreu pobre. Muito pobre. Tendo sido ajudado por amigos". Ele também criticou os estudantes que participaram de manifestaçõescontra a ditadura e em defesa da liberdade e democracia.

Infelizmente, ainda existem pessoas amedrontadas, pela perspectiva da possibilidade de autonomia e, com isso, pregam exaustivamente o retorno aos tempos de repressão, onde somente os "cordeiros" estavam em "segurança". Porém, sendo ele um funcionário de um dos braços da Rede Globo, não é de se estranhar essa postura. Vale lembrar que a famigerada emissora, cresceu apoiando os militares nos anos 60 e 70. Abaixo, o vídeo do comentário durante o jornal da RBS.

Há 16 anos morria o mago da guitarra



Francis Vincent Zappa, nasceu em 21/12/1940 e morreu em 04/12/1993. Foi um dos músicos que mais marcaram a história musical do século XX, com uma obra vastíssima. Sua música passa pelo jazz, música clássica e chega ao rock. Além de música fez também alguns trabalhos no cinema e escreveu livros.

Desde o seu álbum de estréia (Freak Out), em 1965, ele deixou um legado de milhares de gravações de shows e estúdio, em seus quase 30 anos de atividade. Zappa ficou conhecido por seu estilo satírico e anárquico, tendo sido o pioneiro da fusão entre o jazz e a música clássica. Seu estilo de tocar guitarra foi, muitas vezes subestimado por alguns, mas, para muitos outros, ele foi e é até hoje um dos melhores, senão, o melhor de todos os tempos. O próprio Zappa não se considerava um instrumentista virtuoso, ele se considerava, acima de tudo, um compositor.

Em 1964, fundou os Mothers of Invention a partir de uma banda de bares, chamada Soul Giants. Foi com essa banda que ele criou os seus discos mais irreverentes, e também lançou grandes músicos para o mundo da música mundial, como Steve Vai, Jean-Luc Ponty, Bob Martin e muitos outros nomes.

Zappa foi muito ativo também em campanhas e movimentos, tendo chegado a candidatar-se à presidência dos EUA. O projeto foi abortado devido ao ataque súbito da doença que o vitimou, vindo a falecer em 04 de dezembro, vítima de câncer de próstata.

Abaixo um clássico desse guitar hero, que sempre figurará entre os grandes ícones da música mundial.

Fonte: Wikipedia





sábado, 28 de novembro de 2009

MPF processa Tuma e Maluf por ocultar cadáveres em SP

Paulo Maluf e Romeu Tuma


O Ministério Público Federal em São Paulo ingressou nesta quinta-feira na Justiça Federal com duas ações civis públicas para que sejam responsabilizados agentes públicos da União, Estado e prefeitura por ocultação de cadáveres nos cemitérios de Perus e Vila Formosa. Os cadáveres seriam de opositores do regime militar instaurado no País a partir de 1964.


Entre as autoridades, o MPF recomenda a responsabilização do delegado e hoje senador Romeu Tuma e do ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf. Além deles, do médico legista Harry Shibata, ex-chefe do necrotério do Instituto Médico Legal de São Paulo; , atualmente deputado federal, e Miguel Colasuonno (gestão 1973-1975), e de Fábio Pereira Bueno, diretor do Serviço Funerário Municipal entre 1970 e 1974.


A pena recomendada pelo MPF é de perda de suas funções públicas e/ou aposentadorias. Caso sentenciados, os mandatos atuais de Tuma e Maluf não seriam afetados, pois a Constituição impede a perda de mandato em ações civis públicas. Além das medidas administrativas, o MPF pede a indenização de, no mínimo, 10% do patrimônio pessoal de cada um, revertidos em medidas de memória sobre as violações aos Direitos Humanos ocorridos na Ditadura.


Procurada, a assessoria do deputado Paulo Maluf afirmou que consultaria seus advogados antes de se pronunciar. O gabinete do senador Romeu Tuma afirmou ainda não ter sido comunicado da ação.


Segundo o MPF, desaparecidos políticos foram sepultados nos cemitérios de Perus e Vila Formosa em São Paulo, de forma totalmente ilegal e clandestina, com a participação do Instituto Médico Legal, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e da Prefeitura.


Responsabilidades


Como diretor do Dops, o senador Tuma formalizou prisões feitas ilegalmente pelo Exército brasileiro e fazia inquéritos policiais. No Dops, ocorriam novos interrogatórios, segundo a ação, "em regra sob tortura".


Haveria registros de que pelo menos 36 presos passaram pelo DOPS e há documentos que mostram que Tuma tinha conhecimento de várias mortes ocorridas sob a tutela de policiais, mas não a comunicou a familiares dos mortos, o caso, por exemplo, de Flávio Molina, morto em 1971.


O legista Harry Shibata, por sua vez, teria assinado inúmeros laudos necroscópicos, atestando falsamente causa mortis incompatíveis com os reais motivos dos óbitos de inúmeros militantes políticos, ignorando, muitas vezes, lesões de tortura, casos, por exemplo, de Vladimir Herzog e Sônia Angel Jones.


A maioria dos laudos de Shibata era feita no nome de guerra dos militantes, apesar de o aparato estatal conhecer suas reais identidades. O legista chegou a ter o registro de médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina.


Paulo Maluf foi prefeito de São Paulo durante a fase mais grave da repressão, tendo ordenado a construção do cemitério de Perus, projetado especialmente para indigentes e que tinha quadras marcadas especificamente para "terroristas".


Sob a gestão de Colasuonno, o cemitério de Vila Formosa em 1975 foi reurbanizado, destruindo a quadra de indigentes e "terroristas", o que praticamente impossibilita qualquer identificação de militantes naquele local.


Fonte: Portal Terra


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Freddie Mercury e Eric Carr, duas lendas do rock que se foram há 18 anos


Farrokh Bommi Bulsara ficou mais conhecido sob o pseudônimo de Freddie Mercury, nome que o tornaria mundialmente conhecido como o vocalista do Queen, um dos nomes mais marcantes de toda a história do rock.

Nasceu em 05/09/1946, em Stone Town, na ilha de Zanzibar, filho de pais indianos, adeptos do zoroastrismo. Chegou em 1964 na Inglaterra, onde se formou em Design Gráfico e Artístico. Na faculdade, ele conheceu o baixista Tim Staffell. Tim tinha uma banda na faculdade chamada Smile, que tinha Brian May como guitarrista e Roger Taylor como baterista, e levou Freddie para participar dos ensaios.

Em abril de 1970, Tim deixa o grupo e Freddie acaba ficando como vocalista da banda que passa a se chamar Queen. Freddie decide mudar o seu nome para Mercury. Ainda em 1970, ele conheceu Mary Austin, com quem viveu por cinco anos. Foi com ela que assumiu sua orientação sexual (Freddie era bissexual) e os dois mantiveram forte amizade até o fim de sua vida. Mary inspirou Freddie na música Love of My Life, de acordo com declaração do cantor e de seus companheiros de Banda, sendo Mary acima de tudo o verdeiro amor dele.

Freddie Mercury foi o compositor de muitos dos maiores sucessos do Queen, como Bohemian Rhapsody, Somebody to love e We Are The Champions, entre muitas outras. Suas performances ao vivo se tornaram lendárias durante os anos 70 e principalmente nos anos 80, quando o Queen lotava estádios pelo mundo todo. Fora do Queen lançou dois discos solo, muito aclamados pela crítica e pelo público.

Em 1991 surgiram rumores de que estaria com AIDS, devido aos problemas de saúde que começaram a aparecer, sendo que a notícia foi confirmada pelo próprio Freddie em 23 de novembro, um dia antes de sua morte. Na noite do dia 24, Freddie Mercury faleceu de complicações pulmonares, em consequencia da AIDS, em sua própria casa, chamada de Garden Lodge. A casa de Freddie Mercury, passada por testamento à sua ex-namorada, Mary Austin, recebeu muitos buquês de flores na época e continua a receber até hoje.

Seu corpo foi cremado e acredita-se que suas cinzas tenham sido jogadas em um lago em Montreaux, o que siginifica dizer que seus fãs não tem um local onde possam render-lhe as devidas homenagens. Em 25 de novembro de 1992, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem, com a presença de Brian May, Roger Taylor, da cantora Montserrat Caballé, Jer e Bomi Bulsara (pais de Freddie) e Kashmira Bulsara (irmã de Freddie), em Montreux, na Suíça, cidade adotada por Freddie como seu segundo lar.

E no mesmo fatídico dia, também nos deixava o grande batera, Eric Carr (12/07/1950 - 24/11/1991). Eric foi substituto de Peter Criss no Kiss em 1980. Muitos dizem que ele foi um dos melhores ou até mesmo o melhor baterista de seu tempo.

Em maio de 1980 participou das audições para a escolha do novo baterista da banda. Competindo com mais de 2000 candidatos, Eric impressionou Gene Simmons, Paul Stanley, Ace Frehley e Peter Criss. Após uma tentativa fracassada de se caracterizar como uma águia, Eric encontrou na raposa, "The Fox" o seu personagem no universo do Kiss. A escolha pela raposa foi feita por Gene, pois, segundo ele, "Eric era astuto como uma raposa".

Seu primeiro lançamento com o Kiss só aconteceu em 1981, no disco "Music From The Elder", que não teve um grande sucesso de vendas, para os padrões da banda. Depois desse disco, Eric esteve em todos os principais discos do Kiss durante os anos 80, até "Hot In The Shade" de 1989. Apesar de ser considerado um dos bateristas mais fantásticos de seu tempo, Eric só pode explorar toda a sua técnica e os recursos de sua bateria de 36 peças em "Creatures of The Night" de 1982, um dos discos mais importantes de toda a carreira do Kiss.

Em abril de 1991, durante as gravações do disco seguinte, Eric foi diagnosticado com um tipo raro de câncer no coração. Operado no mesmo mês, o tumor não regrediu e tomou por completo o coração de Eric, que lutou até novembro, quando entrou em coma pouco antes de morrer, aos 41 anos, no mesmo dia que Freddie Mercury.

Abaixo uma música do Kiss, com a incrível batera de 36 peças de Eric Carr e um clássico do Queen.

Fontes: Whiplash.net, Wikipedia (F.M. / E.C.) e Eric Carr official




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

2010 já começa com METALLICA no Brasil


Há 10 anos sem fazer shows no Brasil, o Metallica trará a turnê "World Magnetic Tour" em janeiro de 2010, com shows em Porto Alegre e São Paulo. A turnê faz parte da divulgação do mais recente álbum da banda "Death Magnetic", lançado em 2008, onde o Metallica aparece com um som mais voltado às suas raízes, com riffs de guitarra marcantes e a essência do metal volta em um som mais nervoso. É nesse sentido que o set list do show traz, além das músicas novas, as já clássicas, "Enter Sandman", "One", "Seek & Destroy" e "Master of Puppets".

Tendo ganho o Grammy por oito vezes (1990, 1991, 1992, 1999, 2000, 2001, 2004 e 2009), o Metallica já veio se apresentar no Brasil em três ocasiões memoráveis: em 1989 pela "Damaged Justice Tour", em 1993 na turnê do álbum preto e em 1999 pela tour "The Garage Remains The Same", sendo sempre sucesso de público e crítica, com shows lotados em todas as ocasiões. Abaixo o serviço dos shows e uma música do mais recente disco, Death Magnetic.

Metallica no Brasil:

28/01/2010
- Estádio Zequinha, Porto Alegre/RS

Para o show no Estádio Zequinha, o valor dos ingressos para a pista/arquibancada é de R$ 120,00 (1º lote) e R$ 140,00 (2º lote) e para pista vip é R$ 250,00. O ingresso para cadeira custará R$ 160,00.

Em Porto Alegre, as vendas de ingressos para o público serão abertas dia 03 de dezembro a partir da 0h pela internet (www.ticketmaster.com.br), a partir das 9h pelo Call Center (4003-8282), a partir das 10h nos pontos de venda espalhados pelo País e a partir das 11h na bilheteria oficial do show, localizada na Loja Multisom, Rua dos Andradas, 1001 – Centro.

30/01/2010 - Estádio do Morumbí, São Paulo/SP

Para o show no Morumbi, o valor dos ingressos para a pista é de R$ 250,00 e para a pista vip é R$500,00. Há a opção de cadeira inferior (R$ 250,00) e cadeira superior (R$ 300,00). As arquibancadas do Morumbi também estarão disponíveis nos valores de R$ 150,00 (Arquibancada Laranja), R$ 170,00 (Arquibancada Azul/Vermelha) e R$ 190,00 (Arquibancada Vermelha Especial).

Em São Paulo, as vendas de ingressos para o público serão abertas dia 01 de dezembro a partir da 0h pela internet (www.ticketmaster.com.br), a partir das 9h pelo Call Center 4003-8282, a partir das 10h nos pontos de venda espalhados pelo País www.ticketmaster.com.br/shwPDV.cfm e a partir das 12h na bilheteria oficial do show, localizada no estacionamento anexo do Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.981 — Santo Amaro).

Fontes: Whiplash.net, Ticketmaster Brasil e Metallica Official


domingo, 15 de novembro de 2009

Empresa de economia mista não pode aplicar multa de trânsito


11/11/09


O STJ decidiu, por unanimidade, que a Empresa de Transporte de Trânsito de Belo Horizonte não pode aplicar multas multas de trânsito, por ser uma sociedade de economia mista, com fins empresariais. "É temerário afirmar que o trânsito de uma metrópole pode ser considerado atividade econômica ou empreendimento", disse o ministro Herman Benjamin. Decisão abre precedente que pode atingir a Companhia de Engenharia de Tráfego, da capital paulista, que também é uma sociedade de economia mista.


A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que a Empresa de Transporte de Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) não tem poder para aplicar multas de trânsito na capital mineira. A Turma deu provimento ao recurso especial do Ministério Público de Minas Gerais. O julgamento foi concluído terça-feira (10) com a apresentação do voto do ministro Herman Benjamim. O ministro observou que as sociedades de economia mista tem fins empresariais e servem para desempenhar atividade de natureza econômica. “Nesse aspecto, é temerário afirmar que o trânsito de uma metrópole pode ser considerado atividade econômica ou empreendimento”, sustentou.

Por essa razão, Herman Benjamim seguiu o voto do relator, ministro Mauro Campbell Marques, no sentido de considerar impossível a transferência do poder de polícia para à sociedade de economia mista, que é o caso da BHTrans. Todos os demais ministros da Segunda Turma acompanharam essa tese. A decisão do STJ reforma o acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ/MG), que havia decidido que a BHTrans, criada com o objetivo de gerenciar o trânsito de Belo Horizonte, teria competência para aplicar multa aos infratores de trânsito, nos termos do artigo 24 do Código Nacional de Trânsito.

A decisão abre um precedente que pode chegar a São Paulo, uma vez que o mesmo entendimento aplicado pelo STJ a BHTrans também pode ser aplicado à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A CET também é uma sociedade de economia mista, conforme estabelece seu estatuto social, no artigo 1°: “A Companhia de Engenharia de Tráfego é uma sociedade por ações, de economia mista, que se regerá por estatuto e pela legislação que lhe for aplicável”. Desta forma, os motoristas da capital paulista poderão discutir judicialmente a validade das multas que lhes forem aplicadas, já que, segundo o STJ, empresas de economia mista, como a CET, não tem competência para aplicar multa aos infratores de trânsito.

Fonte: Carta Maior

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

FEAR FACTORY vem pela primeira vez ao Brasil


Continuando com a enxurrada de boas atrações gringas pousando aqui na terra brasilis, os norte-americanos do Fear Factory, farão um show no Brasil em 04/12/09, no espaço Lux, em São Bernardo do Campo/SP. Fundado há 20 anos, o Fear Factory é um dos responsáveis pela fusão do Death Metal com o Metal Industrial.

Com uma discografia respeitável, a banda passou os últimos 4 anos sem nenhum lançamento, o que acabou gerando rumores sobre o fim da banda, principalmente após a saída de alguns membros. Mas, para a nossa sorte, eles seguem firmes no cenário metal mundial, e em breve devem finalizar seu mais recente trabalho, que deve ser lançado só em 2010.

Para o show no Brasil o Fear Factory terá apenas dois de seus integrantes originais: Burton C. Bell (vocal), Dino Cazares (guitarra, BRUJERIA, ASESINO, EXCRUCIATING TERROR), Byron Stroud (baixo, STRAPPING YOUNG LAD e ZIMMER'S HOLE) e Gene Hoglan (bateria, STRAPPING YOUNG LAD, DARK ANGEL, DEATH, TESTAMENT e outros). Abaixo o serviço completo e uma música da banda em seu auge.

Serviço - Fear Factory:
Data: 4 de dezembro (sexta-feira)
Local: Espaço Lux
Endereço: rua Antônio Luís Valério, 93 - Centro, São Bernardo do Campo/SP
Fones: (11) 4339-4903 / 4339-3613
Preço de ingresso: R$ 80
Ingressos à venda nas lojas Mutilation e Consulado do Rock – Galeria do Rock (Rua 24 de maio, 62 – Centro/SP) –, Lojas Reference Music Teodoro Sampaio e ABC, no Espaço Lux e pela internet através da Ticket Brasil (www.ticketbrasil.com.br)
Abertura: 20h
Censura: 16 Anos




Fonte: Whiplash.net, Fear Factory Official, Espaço Lux e Ticket Brasil

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Morre aos 100 anos o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss

03/11/2009

Pesquisador deu aulas nos primeiros anos da USP e iniciou os estudos que o tornariam famoso no Brasil



SÃO PAULO - O antropólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss morreu aos 100 anos de idade. Lévi-Strauss lecionou na Universidade de São Paulo nos anos 30. Aqui, realizou seus primeiros estudos de etnologia entre populações indígenas, trabalho que desenvolveu ao longo da vida e que o transformou num clássico obrigatório das ciências humanas.

A USP divulgou nota lamentando a morte do antropólogo: "Estudou na Universidade de Paris e demonstrou verdadeira paixão pelo Brasil, conforme registrado em sua obra de sucesso 'Tristes Trópicos', em que conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do país. Lévi-Strauss completaria 101 anos no fim deste mês".

A França reagiu emocionalmente a sua morte, com o presidente francês Nicolas Sarkozy se juntando a oficiais do governo e políticos em tributos ao antropólogo. O ministro do Exterior, Bernard Kouchner, elogiou sua ênfase em um diálogo entre culturas e disse que o país perdeu um "visionário". Sarkozy honrou o "humanista incansável".

A Academia Francesa disse que planeja um tributo ainda nesta semana. Com um programa de filmes, leituras e reflexões sobre sua contribuição ao pensamento moderno. A editora informou apenas sobre a morte de Lévi-Strauss sem dar mais detalhes sobre as causas ou o lugar onde aconteceu. No entanto, de acordo com colegas da Escola de Estudos Sociais, Lévi-Strauss morreu na madrugada do domingo.

Lévi-Strauss foi reconhecido no mundo todo por ter reestruturado a antropologia, introduzindo novos conceitos em padrões de comportamento e relacionamento especialmente através de mitos, em sociedades primitivas e modernas. Durante sua carreira de seis décadas, ele escreveu livros como "Saudades do Brasil" e "O cru e o cozido".

Foi com "Tristes Trópicos", de 1955, que o antropólogo alcançou a fama: um relato do período em que viveu no Brasil entre 1935 e 1939, bem como das expedições que fez ao norte do Paraná, Mato Grosso e Goiás, onde conviveu com tribos indígenas. O livro é considerado um dos mais importantes do Século 20.

Lévi-Strauss, que teria completado 101 anos em 28 de novembro, influenciou de maneira decisiva a filosofia, a sociologia, a história e a teoria da literatura.

Devido à avançada idade, no ano passado, ele não participou pessoalmente dos atos comemorativos de seu centenário. Apesar de tudo, responsáveis do museu Quai Branly, onde há um auditório com o nome do antropólogo, disseram então que o intelectual se mantinha lúcido e em bom estado de saúde.

Apesar de sua longevidade e intensa atividade intelectual desde antes da 2ª Guerra Mundial, Lévi-Strauss, membro da Academia da França desde 1973, goza de boa saúde e se mantém lúcido, como relatou à imprensa Stéphane Martin, diretor do museu Quai Branly de Paris, instituição que abriga um teatro com o nome do célebre antropólogo.

Francês nascido em Bruxelas em 1908, o autor de "Tristes Trópicos" trabalhou como professor na Universidade de São Paulo e na New School for Social Research de Nova York, antes de ser diretor associado do Museu do Homem de Paris e de lecionar no Collège de France até sua aposentadoria, em 1982.

Discípulo intelectual de Émile Durkheim e de Marcel Mauss, e interessado pela obra de Karl Marx, pela psicanálise de Sigmund Freud, pela lingustica de Ferdinand de Saussure e Roman Jakobson, pelo formalismo de Vladimir Propp, entre outros, era também um apaixonado pela música, geologia, botânica e astronomia.

O autor de Mitológicas lecionou como professor desta última disciplina até receber um convite de Marcel Mauss, pai da etnologia francesa, para ingressar no recém-criado departamento de etnografia.

Foi assim que despertou em Lévi-Strauss a curiosidade por um campo do conhecimento no qual desenvolveria uma brilhante carreira e que lhe concedeu um "lugar proeminente entre os pesquisadores do século 20", explicou à Agência Efe o professor de Antropologia Social da Universidade Complutense de Madri, Rafael Díaz Maderuelo.

Sua nova vocação o levou a aceitar um posto como professor visitante na Universidade São Paulo (USP), de 1935 a 1939, estadia que lhe possibilitou realizar trabalhos de campo no Mato Grosso e na Amazônia.

Ali teve estadias esporádicas entre os índios bororós, nambikwaras e tupis-kawahib, experiências que o orientaram definitivamente como profissional de antropologia, campo no qual seu trabalho ainda hoje "continua sendo válido para a maioria dos antropólogos", declarou Díaz Maderuelo sobre o autor de O Pensamento Selvagem.

Após retornar à França, em 1942, mudou-se para os Estados Unidos como professor visitante na New School for Social Research, de Nova York, antes de uma breve passagem pela embaixada francesa em Washington como adido cultural.

Imagem do livro "Saudades do Brasil". Foto: Reprodução


Novamente em Paris, foi nomeado diretor associado do Museu do Homem e se tornou depois diretor de estudos na École Pratique des Hautes Études, entre 1950 e 1974, trabalho que combinou com seu ensino de antropologia social no Collège de France, até sua aposentadoria em 1982, quando dirigia o Laboratório de Antropologia Social.


Discípulo intelectual de Émile Durkheim e de Marcel Mauss, além de interessado pela obra de Karl Marx, pela psicanálise de Sigmund Freud, pela lingüística de Ferdinand Saussure e Roman Jakobson, pelo formalismo de Vladimir Propp etc., é ainda um apaixonado por música, geologia, botânica e astronomia.


As contribuições mais decisivas do trabalho de Lévi-Strauss podem ser resumidas em três grandes temas: a teoria das estruturas elementares do parentesco, os processos mentais do conhecimento humano e a estrutura dos mitos.


O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Foto: Reprodução


A teoria das estruturas elementares defende que o parentesco tem mais relação com a aliança entre duas famílias por casamento respectivo entre seus membros que, como sustentavam alguns antropólogos britânicos, com a ascendência de um antepassado comum.


Para Lévi-Strauss, não existe uma "diferença significativa entre o pensamento primitivo e o civilizado", declarou Díaz Maderuelo, pois a mente humana "organiza o conhecimento em processos binários e opostos que se organizam de acordo com a lógica" e "tanto o mito como a ciência estão estruturados por pares de opostos relacionados logicamente".


Compartilham, portanto, a mesma estrutura, só que aplicada a diferentes coisas.

A respeito dos mitos, o intelectual sustenta, desde a reflexão sobre o tabu do incesto, que o impulso sexual pode ser regulado graças à cultura.


"O homem não mantém relações indiscriminadas, mas as pensa previamente para distinguir-las. Desde este momento perdeu sua natureza animal e se transformou em um ser cultural", comentou Díaz Maderuelo.


Para Lévi-Strauss, as estruturas não são realidades concretas, estando mais próximas a modelos cognitivos da realidade que servem ao homem em sua vida cotidiana.


As regras pelas quais as unidades da cultura se combinam não são produto da invenção humana e a passagem do animal natural ao animal cultural - através da aquisição da linguagem, da preparação dos alimentos, da formação de relações sociais, etc - segue leis já determinadas por sua estrutura biológica.


Obras Fundamentais


TRISTES TRÓPICOS: Mais que um livro de viagem, é um clássico da etnologia (1955). Além de trazer detalhes pitorescos das sociedades indígenas do Brasil, o livro discute as relações entre Velho e Novo Mundo e o significado da civilização e do progresso. Lévi-Strauss desloca parâmetros consagrados e questiona viajantes e cientistas. O mundo dos cadiuéus, bororos, nhambiquaras e dos tupi-cavaíbas revelam seus próprios estilos e linguagens.


ANTROPOLOGIA ESTRUTURAL: Publicada em 1958, a obra reúne artigos que propõem um empréstimo das teorias estruturalistas de Roman Jakobson, lingüista que Lévi-Strauss conheceu nos EUA, para renovar o método antropológico. Ela se divide em cinco partes: Linguagem e parentesco; Organização social; Magia e religião; Arte; e Problemas de método e de ensino. A obra será lançada pela Cosac Naify no dia 11.


O SUPLÍCIO DO PAPAI NOEL: A Cosac Naify lança, também no dia 11, O Suplício do Papai Noel, ensaio de 1952. Lévi-Strauss parte da queima de um boneco de Papai Noel em Dijon, França, em 1951, para analisar, por meio da antropologia estrutural, o significado das festas de fim de ano, a comercialização das datas tradicionais e a influência norte-americana nesse processo.


MITOLÓGICAS: Composta por quatro obras - O Cru e o Cozido (1964), Do Mel às Cinzas (1967), A Origem dos Modos à Mesa (1968) e O Homem Nu (1971) - a série analisa 813 mitos de diferentes povos indígenas do continente americano.


DE PERTO E DE LONGE: Em entrevista para o filósofo Didier Eribon em 1988, o antropólogo faz um balanço sobre sua história pessoal, formação intelectual e conceitos-chave de sua teoria.


HISTÓRIA DE LINCE: Segundo Lévi-Strauss, essa obra (1991) é a última incursão pela mitologia americana. Questões presentes em sua produção de mitólogo são retomadas e esclarecidas.


SAUDADES DO BRASIL: Obra de 1994 reúne fotografias feitas entre 1935 e 1939. Lévi-Strauss se deu conta de que poderia descrevê-las, localizando-as no tempo e no espaço, com auxílio da memória afetiva. Saudades de São Paulo, de 1996, também tem um depoimento em que se revisitam imagens de uma cidade onde o gado convivia com carros e bondes.


OLHAR, ESCUTAR, LER: De 1993, é escrita em tom de conversa, inteiramente dedicada à arte.


O PENSAMENTO SELVAGEM: No livro, de 1962, ele focaliza um traço universal do espírito humano - o pensamento selvagem que se desenvolve tanto no homem antigo como no contemporâneo.


Fonte: Estadão Online


sábado, 31 de outubro de 2009

Deputados que assinaram CPI contra o MST receberam dinheiro da Cutrale


Quatro deputados federais que assinaram a CPMI receberam doações da empresa que monopoliza o mercado de laranja do Brasil e acumula denúncias na Justiça.

28/10/2009
Nilton Viana
da Redação

De tempos em tempos as elites mostram suas garras contra os pobres. E pobres que se organizam para lutar por justiça, melhores condições de vida e reforma agrária entram na mira furiosa da classe dominante. Os trabalhadores rurais sem terra têm sido sistematicamente atacados. Suas organizações e todos aqueles que lutam pela democratização da terra no país tem sido permanentemente criminalizados.

No episódio mais recente, no qual famílias que ocuparam uma área pública grilada pela empresa Cutrale – maior exportadora de sucos do país – destruíram pés de laranjas, os latifundiários, a mídia e todos os seus asseclas dispararam todos os seus canhões contra os sem terra. As cenas foram repetidas a exaustão para convencer a sociedade que os sem terra são vândalos, criminosos e terroristas. Por outro lado, a mídia fez questão de esconder que, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fazenda da Cutrale em Iaras (SP) é uma área pública grilada.

Imediatamente, a chamada oposição reacionária endureceu seu discurso com a criação de uma nova CPI contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e contra a atualização dos índices de produtividade rural prometida pelo governo Lula.

Mas o caso Cutrale foi apenas o mais recente pretexto das elites contrárias à reforma agrária. Desde que o governo Lula se comprometeu, em audiência com dirigentes do MST, a rever os índices de produtividade agrária, a mídia burguesa e seus jornalistas pré-pagos iniciaram sua ofensiva. A revista Veja aproveitou o caso e “requentou” informações para municiar o ataque. Logo após à audiência entre os sem terra e o governo, a Veja estampou em sua manchete: “Abrimos o cofre do M$T” com a chamada: “Como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desvia dinheiro público e verbas estrangeiras para cometer seus crimes”. Ora, nada de novo havia para tal “reporcagem”, como bem definiu em artigo o jornalista Altamiro Borges.

O fato é que conseguiram aprovar a criação de uma nova CPI contra o MST.

Porém, assim como a mídia escondeu que a tal fazenda da Cutrale está numa terra grilada de propriedade do Estado, e que os pés de laranja foram plantados para evitar a desapropriação da área antes improdutiva, além de não informar para a sociedade que a Cutrale tem vários processos na justiça, inclusive por débitos trabalhistas; a mídia também omite da opinião pública que quatro deputados federais que assinaram o requerimento favorável à criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) contra o MST receberam doações da Cutrale, empresa que monopoliza o mercado de laranja do Brasil e acumula denúncias na Justiça.

Quanto vale um deputado?

Arnaldo Madeira (PSDB/SP) recebeu, em setembro de 2006, R$ 50.000,00 em doações da empresa. Carlos Henrique Focesi Sampaio, também do PSDB paulista, e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB/BA), obtiveram cada um R$ 25.000,00 para suas respectivas campanhas. Nelson Marquezelli (PTB/SP) foi beneficiado com R$ 40.000,00 no mesmo período. Os quatro parlamentares que votaram favoravelmente à CPI integram a lista dos 55 candidatos beneficiados pela empresa em 2006.

O episódio do laranjal entra numa situação de confronto dos ruralistas contra o governo, contra o Incra e contra o MST. É importante ter clareza que o caso, se houvesse acontecido em outra conjuntura, não teria a mesma repercussão como teve após o anúncio da atualização dos índices de produtividade rural”, aponta João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.

“Apesar de o censo do IBGE [Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística] mostrar que os assentamentos são produtivos, os ruralistas não querem discutir modelos agrícolas e colocam uma CPI para alterar o debate. O MSTo tem nenhum problema em debater com a sociedade”, completa.

A Cutrale possui 30 fazendas em São Paulo e Minas Gerais, totalizando 53.207 hectares. Destas, seis fazendas com 8.011 hectares são classificadas pelo Incra como improdutivas. A área grilada de Iaras nem entra nesta conta.

Por conta do monopólio da Cutrale no comércio de suco e da imposição dos preços, agricultores que plantam laranjas foram obrigados a destruir entre 1996 a 2006 cerca de 280 mil hectares de laranjais. A empresa já foi processada por formação de cartel e danos ambientais e seus donos acusados por porte ilegal de armas de fogo.

O professor Ariovaldo Umbelino, em artigo publicado no Brasil de Fato, relembra que, numa reportagem de 2003, a insuspeita revista Veja denunciou a empresa Cutrale de ter subsidiária nas ilhas Cayman como forma de aumentar seus lucros, ou quem sabe de evasão fiscal. E em editorial, o Brasil de Fato, edição 347, sintetiza o comportamento das nossas elites: “Independente das pacatas laranjas e das manipulações da Cutrale/Coca-Cola, detentora de 50 mil hectares distribuídos por mais de 30 fazendas, as duas semanas que se seguiram deram uma demonstração cruel, do vandalismo estrutural e ideológico que domina as mentes e a política da classe dominante”.

Veja a lista dos Deputados que receberam doações e a lista dos que votaram a favor da CPMI, na fonte abaixo.


Fonte: Agencia Brasil de Fato

Após sucesso no YouTube, "Besouro" chega aos cinemas


30/10/2009

SÃO PAULO - Com 160 cópias, "Besouro" deve chegar nesta sexta-feira, 30, a quase 200 salas em todo o Brasil. O longa do estreante João Daniel Tikhomiroff cumpre uma trajetória rara no cinema brasileiro. "Besouro", inspirado na lenda do famoso capoeirista Besouro Mangangá, virou fenômeno na internet, com mais 530.503 mil acessos em apenas dois das dezenas de canais que o YouTube criou para abrigar o trailer.


Isso faz com que um público muito expressivo, e formador de opinião, tenha ajudado a difundir o conceito do primeiro grande filme nacional de artes marciais. Os próprios capoeiristas, nas sucessivas pré-estreias que levaram o diretor e sua equipe a todo o Brasil, elogiaram Tikhomiroff por haver desviado a capoeira do enfoque realista, documental, para explorar seu potencial cinematográfico.


Tikhomiroff não sabe o que esperar como resultado de público, mas está ansioso. Colegas diretores têm feito grandes elogios ao filme. Arnaldo Jabor chegou a ligar "Besouro" à tradição do Cinema Novo, o que para a atriz Jessica Barbosa, que faz Dinorá, foi um elogio tão grande que ela admite que não teve pudor nenhum em chorar lendo o texto.

"É tão bacana. O João (Daniel) fez um filme sobre a raça, que devolve ao negro sua autoestima e olha a religiosidade popular sem folclorizar. Acho tudo isso muito importante. Estou agora na capa da revista Raça por causa do filme. É bom para mim, mas é melhor para o Besouro. Vai dar ainda mais visibilidade. João não folclorizou o candomblé. O que ele faz para expressar na tela o mundo dos orixás é muito bonito. Eu própria fiquei tão fascinada por esse universo que agora leio e releio o livro de Pierre Verger." Ela se refere ao etnólogo e fotógrafo francês que investigou e documentou os orixás e os deuses iorubas na África e no Novo Mundo, preenchendo uma lacuna da cultura brasileira.

Ailton Carmo, que faz Besouro, está por estes dias incomunicável. Guia de turismo, ele está num lugar incerto da Chapada Diamantina, acompanhando um grupo. Curiosa trajetória de um astro brasileiro (que ele poderá vir a ser). Jessica Barbosa faz não apenas Dinorá, mas também Iansã. São duas faces da mesma mulher guerreira. Dinorá, como define a atriz, viveu adiante de sua época. "Ela luta capoeira, é a única nas rodas a tocar berimbau, João fez dela uma figura fascinante que eu tive muito prazer em interpretar.

Sendo as lutas tão importantes, Tikhomirof se aplicou para que elas saíssem perfeitas na tela. Ele trouxe ao Brasil um dos grandes especialistas da atualidade, o chinês (de Hong Kong) Chiu Ku-huen, mais conhecido como DeeDee, que coreografou as cenas de lutas, como fez na série Matrix. DeeDee ficou no Brasil durante oito semanas, primeiro preparando o elenco (quatro semanas) e depois, no set, acompanhando a filmagem de cenas como as das lutas entre Besouro e Exu, ou entre Besouro e quero-quero.

"A tradição diz que ele voava e o DeeDee facilitou que isso acontecesse, com seus cabos." No total, não mais do que 5% das cenas requisitaram o especialista estrangeiro. A cena decisiva da dança de amor não teve nada a ver com ele. DeeDee veio, coreografou, foi embora e a pós-produção se encarregou de apagar digitalmente os cabos. "Mas tem cenas em que Ailton (Carmo) voa por ele mesmo", avisa o diretor.

Fonte: Estadão Online

Trailer do filme: