segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Miles Davis, o gênio do jazz


Há exatos 18 anos, morria o trumpetista e compositor norte-americano, Miles Dewey Davis Jr. Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das primeiras gravações do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e também do jazz fusion que originou-se do trabalho dele com outros músicos no final da década de 1960 e no começo da década de 1970.

Miles Davis nasceu em uma família relativamente rica em Alton, no estado de Illinois. Seu pai, Dr. Miles Davis II era dentista e, em 1927, sua família se mudou para East St. Louis. Eles também ganharam uma importante fazenda no norte do Arkansas, onde Miles aprendeu a andar a cavalo. A mãe de Davis, Cleota Mae (Henry) Davis, queria que seu filho aprendesse a tocar piano - ela era uma hábil pianista de blues, mas manteve isso escondido de seu filho. Os estudos musicais de Miles começaram aos treze anos, quando seu pai lhe deu um trompete novo e providenciou algumas aulas com um trompetista local, Elwood Buchanan.

Em 1944, Davis mudou-se para Nova York para conseguir uma bolsa de estudos na Juilliard School, mas ao invés disso ele decidiu procurar a banda de Charlie Parker. Suas primeiras gravações foram feitas em 1945 com o cantor de blues "Rubberlegs" Williams e o sax-tenorista Herby Fields, no outono ele se tornou um membro não-oficial do quinteto de Parker, aparecendo em várias gravações iniciais do bebop para os selos Savoy Records e Dial Records.

Em 1955, Davis dá vida a seu primeiro Miles Davis Quintet. Este grupo apresentava John Coltrane (saxofone tenor), Red Garland (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Philly Joe Jones (bateria). Evitando a complexidade rítmica e harmônica do então prevalecente bebop, Davis se permitiu a tocar longamente, em legato, essencialmente em linhas melódicas em que ele começaria a explorar o jazz modal. Nessa época, Davis foi influenciado pelo pianista Ahmad Jamal, que contrastava seu som esparso com o "atarefado" som do bebop. O quinteto nunca foi estável entretanto, com muitos dos integrantes usando heroína e o Miles Davis Quintet acabou em 1957.


Em Março e Abril de 1959, Davis voltou mais uma vez com seu sexteto para gravar o que seria considerada sua magnum opus, Kind of Blue. Ele chamou Bill Evans (que estava ainda a meses de formar seu famoso trio), para as sessões do álbum da maneira que haviam planejado acerca do método de piano de Evans. Ambos, Davis e Evans, tiveram uma familiaridade direta com as idéias do pianista George Russell, a respeito do modal jazz o qual fazia experimentos naquela época. Davis pelas idéias expostas com Russell e outros, antes do que viria a se tornar as sessões do álbum Birth of Cool, e Evans por estudar com Russel em 1956.


"So What" e "All Blues" foram tocadas pelo sexteto em performances antes das sessões de gravação, mas para as outras três composições, Davis e Evans preparam uma estrutura harmônica que os outros músicos viram somente no dia da gravação, a fim de criar uma aproximação de improvisação. O álbum resultante provou ser uma enorme influência para outros músicos. Miles não informou ao pianista Wynton Kelly sobre Evans nas gravações, consequentemente Kelly tocou apenas na faixa "Freddie Freeloader", e não esteve presente nas gravações em abril.


Na época do álbum E.S.P de 1965, a formação do grupo de Miles Davis consistia em Wayne Shorter no saxofone, Herbie Hancock no piano, Ron Carter no baixo e Tony Williams na bateria. Esta formação, a última formação acústica dele, é geralmente conhecida como "The Second Great Quintet". Sessões de duas noites em Chicago no final de 65 foram capturadas no álbum The Complete Live at The Plugged Nickel 1965, lançado em 1995. Ao contrário dos álbuns de estúdio do grupo, a apresentação ao vivo mostrava o grupo ainda tocando standards e bebops.


As influências de Miles Davis no final da década de 1960 incluíam o acid rock e artistas funk como Sly and the Family Stone, James Brown e Jimi Hendrix, muitos dos quais se conheceram através de Betty Mabry, uma jovem modelo e letrista que Miles se casou em 1968 e se separaria um ano depois. A transição musical requereu que Davis e seu grupo se adaptassem aos instrumentos elétricos, tanto em estúdio quanto performances ao vivo.


Em 1970, Davis contribuiu para a trilha sonora de um documentário sobre o boxeador afro-americano Jack Johnson. Ele próprio um fanático por boxe. Davis traçou um paralelo entre Johnson, cuja carreira foi marcada pela infrutífera busca por uma "grande esperança branca" para destroná-lo, e a sua própria carreira, na qual ele sentiu que a acomodação o privou de receber o reconhecimento e as recompensas de que lhe eram devidas. O álbum resultante, A Tribute to Jack Johnson de 1971, contém duas longas faixas que utilizou músicos (alguns até não creditados no álbum) incluíndo os guitarristas John McLaughlin e Sonny Sharrock, Herbie Hancock em um órgão Farfisa estragado e o baterista Billy Cobham.


Em 1979, Miles tinha voltado seu relacionamento com a atriz Cicely Tyson. Com Tyson, Davis iria superar seu vício com as drogas e recuperar seu entusiasmo pela música. Como ele tinha parado de tocar trompete há quase três anos, recuperar sua embocadura no instrumento provou ser particularmente árduo para ele. Enquanto gravava The Man with the Horn (foram sessões separadas esporadicamente entre 1979 a 1981), Miles tocou seu trompete na maior parte com wah-wah, com um jovem e grande grupo. Ele se casou com Tyson em 1981 e se divorciariam em 1988.


No começo de 1991, ele assistiu ao lançamento do filme de Rolf de Heer, Dingo. Estrelando Colin Friels como um frustrado trompetista de jazz da Austrália que vai em busca de seu sonho de encontrar e tocar com Billy Cross, uma lenda do jazz fictícia interpretada por Miles Davis. Na seqüência de abertura do filme, Davis e sua banda inesperadamente vão parar em uma remoto deserto da Austrália e começam a tocar para os habitantes desse local. A apresentação incentiva o personagem principal (Colin Friels) a ir em busca de seu sonho. Foi uma das últimas performances filmadas de Davis. Miles Davis faleceu em 28 de Setembro de 1991 de AVC, pneumonia e insuficiência respiratória em Santa Mônica, Califórnia com 65 anos. Ele foi enterrado no Woodlawn Cemetery, no Bronx, Nova York.


Abaixo uma faixa do último álbum de Miles Davis, chamado Doo Bop, lançado postumamente em 1991.


Fonte: Wikipedia


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