Henning Albert Boilesen foi um empresário dinamarquês radicado no Brasil, acusado por militantes de esquerda de ser um dos financiadores da Operação Bandeirante, de ensinar técnicas de tortura e de ser agente da CIA. Foi justiçado (assassinado sem direito a julgamento), em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo.
Henning Boilesen foi uma pessoa muito influente na indústria brasileira, durante a época da ditadura militar, tendo participado da fundação do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), foi presidente da Ultragás e do Rotary Clube. Também foi um dos primeiros grandes empresários a financiar o aparato político-militar brasileiro, que torturou e matou em São Paulo, por meio da Operação Bandeirante (OBAN), que viria a ser o embrião do modus operandi dos DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna).
Boilesen foi executado a tiros, por militantes de duas organizações de esquerda, na manhã de 15 de abril de 1971, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Seus executores dizem que o escolheram como exemplo para um justiçamento, acusando-o de ajudar no financiamento da repressão e de assistir a sessões de tortura de presos políticos. Dizem também que Boilesen gozava da intimidade dos agentes de segurança da OBAN e que haveria até um instrumento de tortura conhecida como Pianola Boilesen, em homenagem ao empresário, que trouxe do exterior, uma máquina de eletro-choque acionada por teclado.
O documentário Cidadão Boilesen de Chaim Litewski, montado por Pedro Asbeg, conta a história do empresário. O documentário afirma que Boilesen era um cidadão marcado pelas ambiguidades e paradoxos, típicos dos seres humanos. O filme vai até a Dinamarca, visita os arquivos de histórico escolar, da escola onde Boilesen estudou quando criança e adolescente, no início do século passado; além de entrevistar amigos, colaboradores civis e militares do empresário, seu filho mais velho, o cônsul americano em São Paulo na época dos acontecimentos e um dos militantes que participaram da morte do empresário. Contém ainda, depoimentos de figuras como o ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo, Paulo Egídio Martins, do coronel Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens importantes da época. O filme debate fartamente o hábito do empresário de assistir as sessões de tortura, confirmado por testemunhos de militares e militantes da época.
Fonte: Wikipedia