30/10/2009
SÃO PAULO - Com 160 cópias, "Besouro" deve chegar nesta sexta-feira, 30, a quase 200 salas em todo o Brasil. O longa do estreante João Daniel Tikhomiroff cumpre uma trajetória rara no cinema brasileiro. "Besouro", inspirado na lenda do famoso capoeirista Besouro Mangangá, virou fenômeno na internet, com mais 530.503 mil acessos em apenas dois das dezenas de canais que o YouTube criou para abrigar o trailer.
SÃO PAULO - Com 160 cópias, "Besouro" deve chegar nesta sexta-feira, 30, a quase 200 salas em todo o Brasil. O longa do estreante João Daniel Tikhomiroff cumpre uma trajetória rara no cinema brasileiro. "Besouro", inspirado na lenda do famoso capoeirista Besouro Mangangá, virou fenômeno na internet, com mais 530.503 mil acessos em apenas dois das dezenas de canais que o YouTube criou para abrigar o trailer.
Isso faz com que um público muito expressivo, e formador de opinião, tenha ajudado a difundir o conceito do primeiro grande filme nacional de artes marciais. Os próprios capoeiristas, nas sucessivas pré-estreias que levaram o diretor e sua equipe a todo o Brasil, elogiaram Tikhomiroff por haver desviado a capoeira do enfoque realista, documental, para explorar seu potencial cinematográfico.
Tikhomiroff não sabe o que esperar como resultado de público, mas está ansioso. Colegas diretores têm feito grandes elogios ao filme. Arnaldo Jabor chegou a ligar "Besouro" à tradição do Cinema Novo, o que para a atriz Jessica Barbosa, que faz Dinorá, foi um elogio tão grande que ela admite que não teve pudor nenhum em chorar lendo o texto.
"É tão bacana. O João (Daniel) fez um filme sobre a raça, que devolve ao negro sua autoestima e olha a religiosidade popular sem folclorizar. Acho tudo isso muito importante. Estou agora na capa da revista Raça por causa do filme. É bom para mim, mas é melhor para o Besouro. Vai dar ainda mais visibilidade. João não folclorizou o candomblé. O que ele faz para expressar na tela o mundo dos orixás é muito bonito. Eu própria fiquei tão fascinada por esse universo que agora leio e releio o livro de Pierre Verger." Ela se refere ao etnólogo e fotógrafo francês que investigou e documentou os orixás e os deuses iorubas na África e no Novo Mundo, preenchendo uma lacuna da cultura brasileira.
Ailton Carmo, que faz Besouro, está por estes dias incomunicável. Guia de turismo, ele está num lugar incerto da Chapada Diamantina, acompanhando um grupo. Curiosa trajetória de um astro brasileiro (que ele poderá vir a ser). Jessica Barbosa faz não apenas Dinorá, mas também Iansã. São duas faces da mesma mulher guerreira. Dinorá, como define a atriz, viveu adiante de sua época. "Ela luta capoeira, é a única nas rodas a tocar berimbau, João fez dela uma figura fascinante que eu tive muito prazer em interpretar.
Sendo as lutas tão importantes, Tikhomirof se aplicou para que elas saíssem perfeitas na tela. Ele trouxe ao Brasil um dos grandes especialistas da atualidade, o chinês (de Hong Kong) Chiu Ku-huen, mais conhecido como DeeDee, que coreografou as cenas de lutas, como fez na série Matrix. DeeDee ficou no Brasil durante oito semanas, primeiro preparando o elenco (quatro semanas) e depois, no set, acompanhando a filmagem de cenas como as das lutas entre Besouro e Exu, ou entre Besouro e quero-quero.
"A tradição diz que ele voava e o DeeDee facilitou que isso acontecesse, com seus cabos." No total, não mais do que 5% das cenas requisitaram o especialista estrangeiro. A cena decisiva da dança de amor não teve nada a ver com ele. DeeDee veio, coreografou, foi embora e a pós-produção se encarregou de apagar digitalmente os cabos. "Mas tem cenas em que Ailton (Carmo) voa por ele mesmo", avisa o diretor.
Fonte: Estadão Online
Trailer do filme:
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