domingo, 3 de julho de 2011

Quatro décadas sem Jim Morrison


Javier Albisu

Paris, 2 jul (EFE) - Quatro décadas após sua morte em Paris, aos 27 anos, o magnetismo do mistério segue em torno da figura de Jim Morrison, o poeta que liderou o The Doors e que se tornou um ícone de uma geração.

O rastro dos últimos passos de Morrison - que morreu com a mesma idade de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Brian Jones e Kurt Cobain - deixou Paris repleta de lugares venerados por fãs incondicionais a cada 3 de julho. [...]

Porém, existem outros pontos da Cidade Luz que zelam pela memória do rapaz tímido e excêntrico que levou às rádios de todo o mundo o rock psicodélico de temas como "The End", "Break On Through" ou "Touch Me".

Protegidos por uma cerca metálica na divisão 6 do cemitério Père-Lachaise, os restos mortais de James Douglas Morrison (1943-1971) jazem sob uma lápide que nunca fica sem flores e onde um epitáfio reza: "Kata ton daimona eaytoy" (Fiel a seu próprio espírito).

Lá se reúnem adeptos, que frequentemente declamam poemas, tiram fotografias ou colocam garrafas de bourbon junto à célebre lápide, muito mais frequentada que as do escritor Oscar Wilde, a soprano Maria Callas ou do compositor Frédéric Chopin, que ficam próximas. [...]

Um dos maiores marcos relacionados a Morrison em Paris é o número 17 da rue de Beautreillis, um imóvel haussmaniano de cinco andares próximo à Praça dos Vosgos.

Trata-se do último lugar onde ele viveu durante seus quatro meses de residência na cidade, e onde foi declarado morto por parada cardíaca, embora seu corpo nunca tenha passado por necrópsia, o que gerou inúmeras teorias sobre sua morte.

Sam Bernet, autor de vários livros sobre o The Doors e proprietário do extinto clube Rock'n Roll Circus, sustenta que Morrison faleceu em seu bar, e que ele mesmo foi um dos que o levaram da discoteca até sua casa.

"Eu estava entre as três pessoas que o encontraram morto nos fundos da discoteca", afirmou Bernet, que garantiu que um cliente e um médico "constataram a morte por overdose" de heroína.

Há também quem suspeite que Morrison nunca morreu, e os que acham que seu pai, um militar, tirou seu corpo do sepulcro parisiense e o repatriou aos Estados Unidos clandestinamente. [...]

"O Rei Lagarto" chegou em Paris em março de 1971 acima do peso e alcoolatra, para se concentrar em sua poesia. Era um Morrison distante do jovem sensual e provocador que pouco tempo antes se destacava nos palcos com suas improvisações. [...]

Um ano antes de chegar à França, Morrison tinha sido condenado por conduta lasciva e libidinosa durante um show em Miami, embora tenha evitado a prisão com apelações e após pagar fiança de US$ 50 mil.

O universo do rock havia sofrido na época um duro abalo com as mortes quase consecutivas de Jimi Hendrix e de Janis Joplin, e "Jimbo" se refugiou em Paris com sua namorada Pamela Courson, que pouco depois o encontraria morto em sua banheira. [...]

Fonte: Uol

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